Empresário sequestrado há 56 dias é libertado em SP

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia prendeu quatro seqüestradores e libertou na madrugada desta quarta-feira o empresário Odílio Querino Bergamini, que estava em cativeiro havia 56 dias. O resgate não foi pago. Bergamini foi encontrado em um sobrado em Parelheiros, zona sul de São Paulo. Ele, que passou por quatro cativeiros e foi espancado pelos bandidos, participou à tarde de uma missa em sua casa, rezada a pedido da família. Dono de uma rede de supermercados na zona norte e em Guarulhos, Bergamini foi levado por oito homens armados com escopetas e submetralhadoras às 9 horas do dia 11 de junho. Ele estava em uma sauna na avenida Tiradentes, em Guarulhos, quando foi dominado pelos bandidos e colocado num carro. Quando chegou ao cativeiro, um sobrado na Vila Santa Catarina, na zona sul de São Paulo, encontrou outra vítima que havia sido levada cinco horas antes: o empresário Laureano Magalhães, de 65 anos. Segundo os delegados João Roque Américo, da Delegacia Seccional de Guarulhos, e Wagner Giudice, titular da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), os dois dividiram um quarto de 15 metros quadrados, sem colchão e com um pequeno vitrô. Eles ficavam com as mãos amarradas e, à noite, tinham os pés atados. Um dia, as vítimas abriram o vitrô e mostraram a uma pessoa da rua as mãos amarradas e os capuzes que eram obrigados a usar quando os bandidos entravam no quarto. Por falta de sorte a pessoa avisou os bandidos em vez de chamar a polícia. Assustados, os criminosos espancaram as vítimas e transferiram-nas para o galpão da oficina de um dos bandidos. Bergamini e Magalhães ficaram quatro dias trancados num banheiro imundo, com 1 metro de largura por 1,5 metro de comprimento. Magalhães foi libertado no dia 9 de julho, quando a família pagou um resgate de R$ 30 mil - o pedido inicial foi R$ 500 mil. Depois, os bandidos levaram Bergamini a uma casa em Peruíbe e, por fim, à casa de Parelheiros. As negociações continuavam e o resgate havia sido reduzido para US$ 1 milhão quando o esquema da quadrilha começou a ruir. Marco Antônio Mendes, o Marcão, líder do bando, foi preso na semana passada pela Delegacia Seccional de São Bernardo. Por meio dele, a polícia chegou ao cativeiro e libertou Bergamin. Marcão é suspeito de participar do seqüestro de Cláudia Reali de Oliveira Ribeiro e seus três filhos. Ela foi libertada para conseguir o dinheiro do resgate dos filhos. Eles exigiram US$ 3 milhões, mas obtiveram R$ 300 mil e US$ 53 mil. Para o delegado Wagner Giudici, Marco Antônio Mendes, o Marcão, disse conhecer os seqüestradores de Cláudia e seus filhos. Nega, no entanto, ter participado do crime. Preso semana passada, ele revelou o nome de sua namorada, irmã de Antônio Selvo Rodrigues dos Santos, seqüestrador foragido. Na casa de Santos, a polícia descobriu que ele alugara um sobrado em Parelheiros. Quando chegaram ao lugar, os policiais constataram que ali era o cativeiro de Bergamini. No local foram presos Elaine Souza Santos, de 18 anos, Eduardo Oliveira Teixeira, de 19, e Wellington Silva Póvora, de 27. Além deles, de Marcão e de Santos, a polícia sabe que Reginaldo Meira Santos, o Régis, também participou do crime. Ao ser preso, Marcão confessou 11 seqüestros. Só não confessou o de Bergamini porque queria usar o dinheiro do resgate para fugir da prisão. Na noite de hoje, em outra ação, a Divisão Anti-Seqüestro (DAS) prendeu Juarez Rodrigues, outro suspeito de participar do seqüestro de Cláudia e de seus filhos. Rodrigues havia sido preso no ano passado por participar do roubo à casa de Cláudia. Quase um ano depois, um mês antes do seqüestro, Rodrigues fugiu.

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