PUBLICIDADE

Enfermeira de 23 anos, que desapareceu em SP, é encontrada: ‘Psicologicamente abalada’, diz mãe

Ela deve prestar esclarecimentos à polícia na segunda-feira; mãe descobriu que ela tinha dívidas que podem chegar a R$ 20 mil por causa de vício em jogo do ‘tigrinho’

PUBLICIDADE

Foto do author Leon Ferrari
Atualização:

A enfermeira Gabriely Sabino, que estava desaparecida havia uma semana, entrou em contato com a família e foi encontrada na sexta-feira, 21, de acordo com informações da mãe dela, Cristiane Sabino. “Na medida do possível, (ela) está bem, embora psicologicamente bastante abalada, com indícios de depressão. Mas, graças a Deus, ela está bem, com vida, fisicamente bem”, disse ao Estadão.

PUBLICIDADE

Segundo Cristiane, a filha ainda não conseguiu “se abrir direito”. Ela pretende prestar esclarecimentos à polícia na segunda-feira, 24. O advogado da família, José Oscar Silveira Júnior, conta que recebeu uma ligação de Gabriely na sexta-feira à noite dizendo que estava no aeroporto de Campo Grande e que embarcaria para São Paulo. Os pais foram buscar a jovem na manhã do sábado, quando desembarcou, temendo que houvesse algum “cilada”, mas lá encontraram a filha, aparentemente sem nenhum tipo de lesão ou agressão.

A jovem disse à família que, durante o tempo em que sumiu, foi encontrar uma senhora que conheceu pela internet em Campo Grande, após uma crise de ansiedade.

“A jovem estava bastante reservada. Disse que entrou em um estágio depressivo profundo, mas não se abriu com os pais a respeito. Que conheceu uma senhora há algum tempo pela internet, com quem conversava e a convidou para ir para Campo Grande. Ela então, em uma crise de ansiedade, comprou a passagem e foi até o Mato Grosso do Sul, onde ficou por uma semana sem dar notícias aos pais”, relata o advogado.

Os pais contaram que, durante o tempo em que ficou desaparecida, a filha visualizava as mensagens, mas não respondia e nem atendia ligações. O receio da família era de que Gabriely estivesse sendo mantida em cárcere privado, proibida de fazer contato com a família, e temia um desfecho violento.

A jovem estava desaparecida havia cerca de uma semana após deixar a casa dos pais, em Piracicaba, interior de São Paulo. Gabriely, que também trabalhava como motorista de aplicativo, deixou o carro em um estacionamento e teria tomado um ônibus com destino ao Terminal Tietê, na capital.

(Agora,) Estamos muito aliviados. Foram dias de pesadelo”, afirmou a mãe.

Publicidade

Gabriely Sabino foi encontrada após cerca de uma semana  Foto: Acervo Pessoal/Cristiane Sabino

À polícia, o pai da jovem, Luís Sabino, disse que a filha estaria conversando com um desconhecido pelo celular. Após o desaparecimento, a família descobriu que ela tinha dívidas que podem chegar a R$ 20 mil. Parte desse montante foi obtida por empréstimo de dois amigos da família.

A enfermeira teria contraído dívidas porque estaria viciada no “jogo do tigrinho”. O jogo é uma espécie de caça-níquel virtual, em que os jogadores apostam dinheiro com o objetivo de alinhar três figuras iguais em três fileiras, o que dá prêmios financeiros.

Cristiane contou ao Estadão, na sexta, que, depois do sumiço da filha, várias pessoas contaram que viram a jovem ao celular, jogando de forma insistente o ‘jogo do tigrinho’. A mãe acredita que isso pode ter contribuído para seu endividamento.

Como a jovem não tinha gastos fixos, pois os pais mantinham a casa, eles acreditam que ela estava sendo extorquida por alguém e tenha recorrido a agiotas para obter dinheiro. Segundo a mãe, ela tinha seu próprio dinheiro e não precisaria recorrer a empréstimos.

PUBLICIDADE

Embora trabalhasse e nunca tivesse relatado problemas financeiros, nas semanas anteriores ao desaparecimento, Gabriely pediu dinheiro emprestado a pessoas conhecidas da família.

Imagens de câmeras de segurança obtidas pela investigação mostram quando Gabriely deixa o carro em um estacionamento, sai com uma bolsa e uma sacola e se dirige em direção ao terminal rodoviário de Piracicaba. Moradora do Parque Orlanda I, Gabriely é solteira e não tem filhos.

Segundo a mãe, a família desconhecia o vício no jogo. “A gente não sabia que ela tinha essas dívidas. Fomos procurar entender e algumas coisas vieram à tona, como a de que ela estava viciada no jogo do tigrinho, estava devendo para muita gente, inclusive agiotas. Por isso ficou com medo e fugiu. Ela sempre foi uma menina trabalhadora, nunca dependeu de ninguém, até surgir esse problema do vício.”

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.