O governo de Jair Bolsonaro foi responsável por diversos decretos de flexibilização do porte de armas. A possibilidade do armamento da população foi uma das mais fortes promessas do presidente durante sua campanha, em 2018. Para Bolsonaro, a população armada poderia se sentir mais segura e capaz de se defender caso precisasse. Segundo estudo do Instituto Sou da Paz, desde 2019 foram 31 alterações de normas em relação ao armamento da população no Brasil.
Nos Estados Unidos, país que é um símbolo da liberalidade do porte de arma, o presidente americano Joe Biden tenta impor uma série de medidas de controle contra o que ele classificou como uma "epidemia de violência com armas de fogo". O tema divide o país, mesmo com os recorrentes massacres em escolas e espaços públicos.
Devido a alterações na legislação brasileira, a concessão de armas a cidadãos comuns subiu 67% no 1º semestre de 2021. O dado é da Polícia Federal, obtido via Lei de Acesso à Informação pela agência Fiquem Sabendo. A elevação nas concessões de armas à população foi notada em todos os Estados. Em São Paulo e mais outros oito Estados estes registros mais que dobraram.
Apesar da crise econômica provocada pela pandemia, foram 97.243 novas armas registradas pela Polícia Federal apenas no primeiro semestre deste ano. Uma preocupação que a expansão do acesso às armas traz é relacionada à violência. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 78% dos assassinatos em 2020 foram cometidos com armas de fogo.
A pergunta que fica é: estamos mais armados, mas será que estamos mais seguros? Para responder este questionamento no episódio do Estadão Notícias de hoje, vamos conversar com Ivan Marques, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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Apresentação: Gustavo Lopes e Taísa Medeiros
Produção/Edição: Julia Corá, Ana Paula Niederauer, Jefferson Perleberg, Jessica Brasil e Taísa Medeiros.
Montagem: Moacir Biasi
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