Um dos conceitos mais antigos de preparação e proteção para o futuro do trabalhador, a previdência precisa, inevitavelmente, de uma revisão para dar conta da nova realidade demográfica do País. A afirmação é de Edson Franco, presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), que conversa com Antônio Penteado Mendonça.
Para o convidado, "quando se fala em previdência estamos falando de proteção ao futuro das pessoas e às rendas das famílias", por isso sua importância. Ele lembra que antigamente ela era feita de maneira intuitiva: famílias tinham a maior quantidade de filhos que poderiam ter - para assegurar a proteção do futuro. Mas a pirâmide demográfica do mundo e do Brasil está mudando, então é preciso rever a premissa.
"Previdência social é um pacto intergeracional. Hoje, no Brasil, a relação de quem paga e quem se beneficia é um pouco menos de dois para um - dois trabalham para sustentar um aposentado. Mas a população brasileira vai começar a diminuir a partir de 2041", explica Edson Franco. A proporção de idosos que hoje é de 15,6% será 38% em 2070 e o equilíbrio vai ficar abaixo de um para um.
O presidente da Fenaprevi lembra que a reforma previdenciária promulgada em 2019 era a "possível" e foi bastante debatida, mas "empurrou o problema com a barriga por uns dez anos". "Agora já está chegando a hora de discutir uma nova reforma. Uma revisão de idade de aposentadoria, combinada com os benefícios, é inevitável", afirma. Enquanto federação, Franco diz que o órgão que comanda defende uma reforma que combine renda básica ao idoso e aposentadoria, uma contribuição obrigatória e incentive acumulação individual voluntária.
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