Por mais curioso que seja, o avanço do mercado publicitário nacional tem relação com um corretor de imóveis. Quem explica e avança para o que entendemos hoje como Publicidade é Roberto Duaillibi, um dos maiores nomes do meio e fundador da agência DPZ. Ele conversa com Antônio Penteado Mendonça.
Um profissional teve a ideia de não apenas vender o espaço, mas também fazer o anúncio no Jornal O Estado de S.Paulo. Contratou um desenhista e o próprio corretor escreveu o texto. "Esta foi a primeira agência profissional estrangeira no Brasil, que atraiu outras duas para o País", lembra Duaillibi. Naquela época, estas duas frentes de trabalho eram "inimigas". "Os desenhistas eram artistas, porém não de Propaganda. O layoutman, como era chamado, sempre achava que o redator escrevia textos muito longos - ao que este ficava ofendidíssimo", recorda o convidado.
Sobre a influência das redes sociais nas agências, o publicitário diz que a propaganda mudou mais pela regulamentação do setor do que pelas novas ferramentas. "A propaganda precisa chocar e ser controversa, não pode ser lugar-comum, e as pessoas começaram a ver que poderiam ganhar a vida sem ser empregado de ninguém, fazendo seu próprio programinha pelo celular. Descobriu-se que para ter seguidor precisa ser chocante", diz Duaillibi. De acordo com ele, "aquele rapaz que fazia cenas na favela em que morava de repente começou a ter seguidores e isso passou a ser um valor para anunciantes. É um fenômeno inacreditável de espontaneidade".
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