As seguradoras pagam, ano após ano, um montante grande em indenizações aos atingidos por fenômenos naturais como chuva e vento - em escalas cada vez maiores em razão da mudança climática. Mas além disso, a falta da cultura de prevenção potencializa o cenário. Sobre isso, Antônio Penteado Mendonça conversa com Rivaldo Leite, presidente do Sindicato das Empresas de Seguros e Resseguros de São Paulo e vice-presidente de Vendas e Marketing da Porto Seguro.
Baseando-se no histórico, não é mais possível estabelecer em que parte do Brasil a próxima grande catástrofe climática vai ocorrer, e por isso a preocupação "como mercado segurador, mas maior ainda com a sociedade", afirma o convidado. E completa: "geralmente, afeta milhares de pessoas e sempre os mais carentes". Rivaldo Leite, avalia que o mercado de seguros vem se preparando, mas ainda falta debate.
Na tragédia das chuvas no litoral Norte de São Paulo - que matou ao menos 50 pessoas -, no Carnaval de 2023, o presidente do Sindseg-SP afirma que foram 2500 veículos indenizados apenas pela Porto Seguro, mas cerca de 8 mil por todo mercado de seguros. Como dicas para tentar mitigar estas reverberações, ele fala: "A população tem de ficar atenta aos alertas das prefeituras - aos quais não dá a devida atenção. Outra questão é o lixo, que por onde a gente passa, vê as pessoas jogando no chão e isso entope os bueiros e causa problemas. E, apesar de sabermos que a população é carente, outro ponto é a construção nas encostas". De acordo com Rivaldo Leite, "Temos que ser incansáveis (na difusão de informações), porque é algo inevitável (os impactos)".
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