Uma lesão no pé direito de Gil Rugai é parte dos argumentos apresentados pela acusação para colocar o réu na cena do crime. Segundo a Promotoria, o filho mais velho de Luiz Carlos arrombou a porta da sala de TV onde o pai se escondia com um chute. O pontapé teria provocado o machucado na vítima e a marca constatada pela perícia.
Durante testemunho, o médico legista do Instituto de Criminalística Daniel Romero Munhoz confirmou a lesão, mas não afirmou que ela é resultado do pontapé. Segundo o perito, o sinal pode ter várias causas e, por isso, não é possível confirmar nem negar a tese da acusação. Também do IC, Adriano Yssamu Yonanime foi enfático. Para o segundo perito ouvido nesta segunda-feira, a marca de pé encontrada na porta é compatível com o pé de Gil Rugai.
17h30 - Corpo de jurados tem de engenheiro a contador
Jurados qualificados e exigentes. O futuro de Gil Rugai será decidido por um grupo formado por engenheiro, bancário, funcionário do Banco Central, contador, diretor de escola, funcionário público e assistente de Recursos Humanos. A relação tem cinco homens e duas mulheres, na faixa etária dos 20 aos 50 anos.
O nível profissional dos escolhidos tornará, segundo especialistas, a decisão pela absolvição ou condenação do réu mais técnica e embasada nos fatos colhidos em todo o processo. Para o jurista Luis Flávio Gomes, trata-se de um júri diferenciado. "Essas pessoas não serão facilmente enganadas. Tanto a acusação como a defesa vai ter trabalho para emplacar suas teses", disse.
Gil acompanha depoimentos sem mostrar emoção
De terno escuro, cabelos curtos e semblante calmo, Gil Rugai acompanhou do plenário os depoimentos do primeiro dia de julgamento. Sem demonstrar qualquer emoção - nem quando o vigia noturno da rua confirmou ter visto o réu deixar a cena do crime -, o réu ouviu atentamente as explanações de seus advogados e só se movimentou quando imagens da rua onde as mortes ocorreram foi mostrada no telão.
Aos 29 anos, Gil Rugai tem uma vida pacata. Não trabalha nem estuda. Mora com a avó materna, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo, e tem como atividades rotineiras apenas andar de bicicleta e ir à missa. Na entrada do Fórum da Barra Funda, por volta das 10h desta segunda-feira, Gil disse apenas estar "confiante e tentando se manter confiante". Questionado sobre a tese da acusação, disse que "não há provas contra ele."
11h07- Relembre o caso e veja o que já foi publicado nas páginas do Estadão sobre o caso por meio do Acervo:
11h00 - Veja galeria de fotos do caso: http://migre.me/diNHA
10h20 - Todas as partes já chegaram ao Fórum da Barra Funda (promotores, advogados de defesa e a família de Rugai). O acusado chegou acompanhado de sua mãe, Maristela Greco e do irmão, Leo Rugai. Na entrada, os familiares se disseram tranquilos com o julgamento. Testemunhas ainda são esperadas no fórum.
10h19 - Está previsto para começar na manhã desta segunda-feira, 18, o julgamento de Gil Rugai,acusado de matar a tiros o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, na noite de 28 de março de 2004.
São esperadas 16 testemunhas no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, para defender ou acusar o estudante de Teologia de 29 anos,que, aos 20, sonhava em ser padre. Se todos comparecerem, o júri pode estender-se até o fim da semana.
Único suspeito do crime, o réu ficou dois anos e meio preso, depois que provas periciais e o testemunho de um vigia noturno da rua onde o pai morava com a mulher indicaram a sua presença no local do crime, uma mansão em Perdizes, na zona oeste. Ela foi atingida por cinco tiros e ele, por quatro.
Famílias das vítimas se dividem
Gil Rugai terá o apoio da família e a desconfiança dos parentes da madrasta, que acreditam e assumem a tese da acusação. Para eles, foi Gil, o filho mais velho de Luiz Carlos, que assassinou o casal a tiros.
O estudante terá no tribunal o amparo informal de Alberto Toron, um dos principais criminalistas do País. O escritório dele tem como sócio Marcelo Feller, que representa o acusado, ao lado de Thiago Gomes Anastácio, de 33. A equipe de defesa ainda tem a experiência da escritora Ilana Casoy, que é especialista em criminologia e mãe de Feller.
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