(Por Míriam Castro)
Beijo, abraço, aperto de mãos. Estes gestos fazem parte do nosso dia a dia desde o começo da história da humanidade. No Estadinho desta semana, mostramos a história e as curiosidades por trás de cada uma dessas manifestações de afeto. E não precisa ter nojo, já que você vai ver que nem todos os povos se beijam da maneira que conhecemos.
Para saber como surgiram esses sinais de carinho, conversamos com um time que sabe tudo sobre isso: a professora Rosana Schartz, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e as escritoras Katia Canton, autora de Beijo de Artista, e Julie Enfield, que fez A História Íntima do Beijo (que não é um livro infantil).
A professora Rosana, por exemplo, contou que uma das versões para o surgimento do aperto de mãos diz que o gesto veio de épocas em que tribos guerreavam por territórios. "Nas batalhas, os adversários davam as mãos para mostrar que não escondiam nenhuma arma", conta Rosana. Quer ver o que mais nós descobrimos?
Veja algumas curiosidades sobre beijos:
Os romanos antigos beijavam os dedos e sopravam o beijo na direção das estátuas sagradas.
Na Grécia Antiga, o costume de colocar as pontas dos dedos nos lábios ainda é usado para se despedir de amigos queridos.
Algumas tribos africanas, como os thonga e os chewa, pensam que a boca é a fonte da vida no corpo. Por isso, consideram o beijo um ato impuro.
Entre os maoris da Nova Zelândia, a palavra "beijo" significa "cheirar". Isto também acontece nas línguas usadas por algumas tribos de Bornéu.
Na Roma Antiga, existiam três nomes para o beijo. O "basium" era o beijo dado nos colegas, enquanto apenas amigos íntimos recebiam o "osculum", que era mais afetuoso. Entre casais apaixonados, o beijo ganhou o nome "suavium".
Também na Roma Antiga, um beijo selava o compromisso de noivado entre um casal. E com esse gesto, os convidados já podiam mandar os presentes para os noivos, mesmo antes do casamento.
Na Inglaterra do século16, todos os convidados de um casamento poderiam beijar a noiva na boca!
As formas de carinho na arte:
No livro Beijo de Artista, de Katia Canton, há comentários sobre a maioria das obras abaixo e outras. Este livro faz parte da coleção Mundo de Artista (Cosac Naify), que conta a história da arte a partir de um tema. Já foram publicados Espelho de Artista, Mesa de Artista e Bicho de Artista.
Entrevista com Rosana Schwartz: Mais beijos e abraços
É possível saber como surgiu o ato de beijar e abraçar? Não é possível afirmar concretamente quando e como surgiu o primeiro beijo. Estudiosos afirmam que o beijo se caracteriza como uma extensão da amamentação. Alguns documentos, como desenhos, pinturas e esculturas da Antiguidade, retratam o ato de beijar na região da Mesopotâmia (Oriente Médio). No mundo greco-romano, as representações de beijos destacam homens se beijando na boca e no rosto. Vale ressaltar que as mulheres eram consideradas inferiores e destinadas à reprodução, assim são mais difíceis os registros sobre as ações delas nesses períodos. Os beijos se diferenciavam em: beijos nos pés, em sinal de humildade, o basium, trocado entre os colegas; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, dos amantes. Durante a Idade Média, o beijo significava saudação.
Qual é a história do aperto de mãos?Esta antiga tradição é relatada em documentos, contos imagéticos (que vem da imagem) e da arquitetura.Remete à defesa das organizações familiares, clãs e tribos, inicialmente, e às batalhas que ocorriam em defesa dos seus territórios. Quando um indivíduo encontrava um estranho no grupo, reagia levando a mão a uma arma para defender sua família e seu espaço. Nas batalhas, os adversários davam as mãos para mostrar que não escondiam nenhuma arma.
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