'Estado' vence Prêmio Líbero Badaró em duas categorias

Cobertura internacional sobre o Sudão e trabalho fotojornalístico em manifestação no Rio foram os ganhadores

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Por Redação
Atualização:

Atualizada às 00h25 de 25/11

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O Estado venceu duas categorias do 11.º Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo, anunciado na noite desta segunda-feira, 24, em cerimônia na Câmara Municipal de São Paulo. O fotógrafo Fábio Motta, da sucursal do Rio, foi premiado na categoria Fotojornalismo com o trabalho Em defesa da democracia. A reportagem Sudão do Sul: A guerra esquecida, de Adriana Carranca, foi escolhida como a melhor Cobertura Internacional.

Publicada em 2 de outubro de 2013, a imagem foi feita por Motta durante uma manifestação na Cinelândia, no centro do Rio. A foto revela uma professora discutindo com policiais militares após quase ser atingida por uma bomba. 

“Eu tinha acabado de sofrer um acidente de moto e ainda estava me recuperando. Mas queria participar daquele momento, do que estava acontecendo”, conta o fotógrafo. Como não podia correr, ele entrou em um prédio e se instalou perto de uma janela. “Tive a felicidade de estar ali. O local era muito bom”, afirma.

Após o registro, Motta encontrou a protagonista da imagem e perguntou o que ela havia falado aos policiais. “Ela disse: ‘Vocês querem me bater? Pode bater, estou aqui’.” 

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Imagem de Fábio Motta foi a vencedora na categoria Fotojornalismo Foto: Fábio Motta/Estadão

Internacional. A reportagem especial Sudão do Sul: A guerra esquecida, de Adriana Carranca, foi publicada em 6 de abril de 2014. Revela a luta étnica movida pela disputa por riquezas. “A gente foi para o Sudão do Sul (que se tornou independente em julho de 2011) logo quando estourou a nova guerra, não mais entre linhas religiosas, mas entre linhas étnicas. É um país muito pobre”, explica Adriana.

Segundo a jornalista, ninguém sabia o que encontraria no local. “Foi dramático. Quando chegamos, não tinha água, distribuição de comida, nada. Os Médicos sem Fronteiras foram os primeiros a chegar ao local. Também ficamos em condições muito precárias.”

 

Adriana conta que viu milhares de pessoas fugir do conflito, principalmente a pé, em direção a Uganda. A cena que mais chocou a jornalista no Sudão do Sul foi a de uma senhora sentada em um banco de plástico, em um campo de refugiados sem estrutura, com algo enrolado ao lado dela. “Quando me aproximei e perguntei, descobri que era a filha dela que havia morrido de desnutrição. Não tinha espaço no campo para enterrá-la. A mulher estava esperando.”

No ano passado, Adriana também ganhou o Grande Prêmio, principal categoria do Líbero Badaró, com a série de reportagens especiais sobre a guerra do Afeganistão. 

Vencedores. Outros veículos de comunicação também foram premiados. A Folha de S.Paulo venceu a categoria Grande Prêmio com a reportagem especial A batalha de Belo Monte. O jornal O Dia (RJ) foi o vencedor da categoria Jornalismo Impresso, com a reportagem Revelações do Coronel Malhães.

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O Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo é promovido pela Revista e Portal Imprensa, com apoio da Câmara Municipal de São Paulo e de associações ligadas à liberdade de imprensa. 

Ao todo, foram distribuídos R$ 72 mil aos melhores trabalhos jornalísticos do País, realizados por profissionais e por universitários.

 

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