Empresas multinacionais estão se tornando mais seletivas sobre investimentos em mercados emergentes, conforme o crescimento em desaceleração nestas economias e uma recuperação nos países desenvolvidos do Ocidente tiram um pouco do brilho daquela que era vista como uma aposta estratégica certeira. Executivos em Davos disseram que permanecem comprometidos a aproveitar as ascendentes classes médias de Xangai a Lagos, mas alguns estão recuando e realocando recursos de regiões particularmente difíceis e com baixas margens. "Era uma corrida por ouro. Agora a corrida acabou," disse Jeff Joerres, presidente-executivo da empresa de recursos humanos Manpower Group, cujos clientes incluem muitas das principais companhias internacionais. O novo humor segue uma importante alteração no equilíbrio entre os principais motores de crescimento econômico no mundo, com economias desenvolvidas, lideradas pelos Estados Unidos, retomando seus lugares como principal motor de produção global em 2014. Os mercados emergentes ainda crescerão a taxas maiores que os mercados desenvolvidos este ano, mas a diferença entre as taxas será a menor desde 2002. O equilíbrio entre economias emergentes e desenvolvidas é um tópico central no encontro anual do Fórum Econômico Mundial nos Alpes suíços, como salientado por uma sessão nesta quinta-feira intitulada "BRICs em crise de meia-idade?". As taxas de crescimento do Brasil, da Rússia, da Índia e da China são a metade do que eram antes da crise financeira, e as companhias estão agora analisando com muita atenção alternativas às "quatro grandes". Um executivo sênior de uma empresa de tecnologia norte-americana, que não quis ser identificado, disse que sua empresa estava enfrentando tempos especialmente difíceis no Brasil, com grandes incertezas também na Rússia, levando a companhia a olhar para outros locais para destinar recursos. De fato, 60 por cento das empresas agora esperam realocar os investimentos feitos nos países do BRIC para outros mercados com crescimento mais acelerado, segundo uma pesquisa da Accenture com mais de 1.000 executivos. (Por Ben Hirschler, Alessandra Galloni e Paul Carrel)
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