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Falta de gravidade afeta crescimento do feijão

Apesar de simples, a experiência praticamente revolucionou as escolas da rede municipal de ensino

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Por Agencia Estado
Atualização:

Na Estação Espacial Internacional, as sementes de feijão levadas pelo astronauta brasileiro Marcos César Pontes, em um de seus oito experimentos, cresceram de maneira desordenada, para diferentes direções. Aqui na terra, o experimento idêntico feito por alunos da rede municipal de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, mostrou que as raízes cresceram, na maioria, para baixo. A falta de gravidade realmente interferiu no desenvolvimento da semente de feijão. Apesar de simples, a experiência praticamente revolucionou as escolas da rede municipal de ensino e seus 36 mil alunos. Os que não participaram diretamente dos experimentos idênticos aos do astronauta deram um jeito de plantar sua semente, para futuras comparações. "Antes os assuntos relacionados ao espaço pareciam distantes dos alunos e agora viraram realidade, fazem parte do dia-a-dia deles, e isso teve uma mudança de comportamento incrível", analisou a coordenadora dos projetos, a professora Elisa Saeta. E era esta a intenção de Marcos César Pontes. As sementes de feijão e a pigmentação da clorofila não tinham perspectivas científicas e, sim, um caráter educacional. Os dois mil estudantes ficaram surpresos ao receber as experiências vindas do espaço, em São José dos Campos. É que o astronauta, junto com o relatório, mandou também um bilhete no verso, dizendo "grande prazer trabalharmos juntos" enviando em seguida "grande abraço a todos". Os alunos ficaram emocionados. Até o período da tarde as comparações continuavam sendo realizadas. Em uma análise preliminar, a coordenadora também considerou que as sementes de feijão com mais água, tanto no espaço como aqui na terra, se desenvolvem mais que as que recebem menos líquido. "Nos dois lugares, as experiências que não receberam luz também cresceram menos", apontou. As sementes de feijão serão plantadas e os alunos vão acompanhar a evolução delas por vinte dias para uma nova observação. Depois, serão replantadas. "A idéia é não deixar morrer, ir replantando cada semente que nascer".

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