Um erro de identificação levou uma família a enterrar o corpo de outra pessoa achando que era o familiar, em Muçum, no interior do Rio Grande do Sul. O parente da família que fez o sepultamento continua desaparecido. O corpo sepultado é de um membro de outra família da cidade. A falha aconteceu durante o processo de identificação das vítimas no Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. O IGP abriu sindicância para apurar o caso.
No Estado todo, já são 47 mortes e nove pessoas estão desaparecidas, segundo boletim divulgado pelo governo estadual na manhã desta sexta.
O corpo que teve a identificação incorreta é o de uma das 16 vítimas do ciclone que atingiu a cidade de Muçum. A maioria foi resgatada em enchentes, no meio de lamaçal ou sob escombros de casas desabadas. Outras quatro pessoas ainda estão desaparecidas.
De acordo com o instituto, o corpo chegou às suas instalações em estado que dificultava a tomada das digitais devido ao longo tempo na água. Como houve o reconhecimento por um parente, a vítima foi liberada para sepultamento, realizado no último dia 9.
A reportagem apurou que o erro aconteceu na identificação de uma das três pessoas de uma mesma família que tinham sido vítimas das enchentes. O familiar reconheceu o próprio filho, a irmã e o cunhado. O erro aconteceu na identificação do último corpo. Com isso, a família providenciou o sepultamento dos três corpos no cemitério local.
Dois dias depois, o instituto identificou falhas no procedimento e realizou uma exumação do cadáver sobre o qual surgiu a dúvida na identidade. Um exame de DNA confirmou que o corpo não era daquela pessoa que havia sido liberada para sepultamento.
“Devido à baixa qualidade das imagens geradas na papiloscopia (exame das digitais), o laudo de retificação não confirmou com exatidão a identidade de um corpo, pois as digitais estavam prejudicadas em função da idade da pessoa e do tempo de exposição na água”, disse, em nota, o IGP.
Segundo o órgão, o resultado da contraprova do DNA ficou pronto na quarta-feira, 13, atestando o erro de identidade. Os familiares da vítima envolvida foram comunicados sobre o fato. Já a pessoa que se julgava ter sido sepultada entrou na lista de desaparecidos.
“Tão logo ocorreu a verificação da inconsistência, uma sindicância foi instaurada pela Corregedoria do Instituto para apurar o caso”, informou. O IGP lamentou o ocorrido e disse estar à disposição para elucidar o que chamou de “grave inconsistência”.
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