Por causa do adiantamento do ponto facultativo do Dia do Funcionário Público (comemorado originalmente amanhã), houve confusão ontem em instituições estaduais que oferecem serviços básicos, como postos de Poupatempo e ambulatórios de especialidades. Ao longo do dia, centenas de pessoas reclamaram, às portas das instituições. Serviços da rede municipal funcionaram normalmente - para funcionários do município, o ponto facultativo será na sexta-feira.Durante todo o dia, cidadãos desavisados compareceram ao posto do Poupatempo da Sé. Encontraram portões fechados e uma faixa na frente do órgão avisando sobre o fechamento. Após duas horas de ônibus, a enfermeira Maria Cristina de Oliveira, de 55 anos, se irritou: "Estou com os pés inchados de tanto ficar em pé. Vim aqui na quinta e não falaram nada", reclamou. "E agora? Vou ter de voltar amanhã?"A situação se repetiu em postos de atendimento de saúde do Estado. No Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) do Bom Retiro, pacientes com exames marcados procuraram o serviço, sem saber que não poderiam ser atendidos. Paulo (não quis dizer sobrenome) tinha psicólogo marcado, mas encontrou portas fechadas. "Preciso mostrar no emprego o documento que comprova os exames", disse. "Se ficar desempregado, quem ajuda?"Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, funcionários telefonaram na semana passada para desmarcar exames. Se alguém não foi avisado, segundo a pasta, é porque os dados cadastrais estão desatualizados. Para divulgar o ponto facultativo, segundo a secretaria, foram colocados cartazes, além da mídia espontânea. O Poupatempo repete as justificativas e afirma ter colocado avisos ainda na semana passada.Na Justiça Estadual, o ponto facultativo será amanhã - fóruns de todo o Estado, portanto, estarão fechados. Na capital, haverá plantão nos fóruns João Mendes e da Barra Funda. Fóruns da Justiça Federal não funcionam na sexta-feira.Em Sorocaba, cerca de cem pacientes vindos de outras cidades ficaram sem atendimento ontem no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, mantido pelo Estado. Houve choro e protestos. Segundo a Secretaria, as prefeituras das cidades de origem foram avisadas e os pacientes com consulta marcada, avisados por telefone. COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA