Fernando Miranda Iggnácio foi morto a tiros de fuzil, no dia 10 de novembro de 2020, no estacionamento do heliporto da empresa Heli-Rio Táxi Aéreo, após desembarcar de um helicóptero em um heliponto no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. A sua morte seria resultado da disputa pelo domínio do jogo do bicho, deixado por Castor de Andrade, um dos mais famosos contraventores da história do Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira, 29, Rogério de Andrade, foi preso acusado novamente pelo MP de ser o mandante do crime ocorrido em novembro de 2020. Iggnácio e Andrade são, respectivamente, genro e sobrinho de Castor, que morreu vítima de um infarto fulminante em 1997.
À época, o filho de Castor, Paulinho, era apontado como sucessor natural, mas ele foi assassinado cerca de um ano depois. Andrade chegou a responder como mandante do crime, mas foi absolvido.
Desde o falecimento do famoso contraventor, os herdeiros travam disputas pelo controle dos pontos de jogo do bicho e de máquinas caça-níqueis no Rio. Andrade reivindicava a sua posse sobre os pontos de bicho, videopôquer e máquinas caça-níquel.
Pelo assassinato de Iggnácio, foram pronunciados e serão levados ao 1º Tribunal do Júri, os PMs e ex-PMs Rodrigo Silva das Neves, Pedro Emanuel d’Onofre Andrade Silva Cordeiro e Otto Samuel d’Onofre Andrade Silva Cordeiro, de acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Durante o decorrer do processo, morreu Ygor Rodrigues Santos da Cruz, que também tinha sido denunciado pelo crime. As defesas não foram localizadas.
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Andrade já tinha sido denunciado pela morte de Iggnácio em março de 2021. No entanto, em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu trancar a ação penal contra o contraventor, alegando falta de provas.
Por meio de novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), o MP afirma que identificou não apenas sucessivas execuções protagonizadas pela disputa entre os contraventores Iggnácio e Andrade, mas também a participação de uma outra pessoa no homicídio.
De acordo com a nova denúncia do Gaeco, Gilmar Eneas Lisboa foi o responsável por monitorar a vítima até o momento do crime.
Ainda segundo a decisão judicial, a prisão preventiva dos denunciados se mostra necessária para garantia da ordem pública diante da gravidade dos crimes.
“Praticados de forma audaciosa e cinematográfica, com espetacularização do poder paralelo, o que incute na população temor e incerteza quanto à intervenção do poder público em solucionar a situação de violência que aterroriza a população.”
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