SÃO PAULO - Sandro Teixeira de Faria, filho do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi preso na manhã deste sábado, 2, em sua residência, em Anápolis.
A Justiça recebeu denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra ele por coação no curso do processo e corrupção ativa e determinou sua prisão.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Rurais e Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, cumpriu neste sábado mandado de prisão preventiva do filho de João de Deus, Sandro Teixeira Oliveira, detido em sua residência, em Anápolis.
Preso no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia desde dezembro por acusação de crimes sexuais, o médium também responde pelo mesmo crime que o filho.
"O mandado resulta de representação feita pelo Ministério Público de Goiás, o qual apura crimes de violação sexual mediante fraude, coação e corrupção ativa. Esclarecemos que, como se trata de denúncia oriunda do MP, apenas aquele órgão irá se pronunciar sobre detalhes a investigação em questão", destacou a nota.
Em 24 de janeiro, o Ministério Público de Goiás apresentou duas novas denúncias contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus. A acusação também tinha como alvo o filho do médium, Sandro Teixeira de Oliveira, que responderá por coação e corrupção ativa de testemunha, de acordo com o MP-GO. Segundo o promotor Augusto César de Souza, um dia após o registro de um abuso sexual que teria acontecido em 2016, João de Deus e o filho tentaram 'comprar' a testemunha.
Os dois teriam ido até a cidade da vítima, no norte de Goiás, e oferecido pedras preciosas no valor de R$ 15 mil para que fosse retirado o registro. Na ocasião, o filho do médio estaria armado.
O médium João de Deus está preso desde dezembro no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Ele nega os crimes.
A reportagem não conseguiu localizar o advogado de defesa Sandro Teixeira de Faria.
Vítimas
Em nota assinada por Sabrina Bittencourt, porta-voz do grupo Combate ao Abuso no Meio Espiritual (COAME), o movimento acusa Teixeira de estar proibindo as vítimas de entrarem em contato com organizações de apoio às vítimas.
"Confirmo que Sandro Teixeira tem ameaçado nossas testemunhas, coagido, entrado na casa das pessoas, proíbe que falem comigo, Maria do Carmos Santos e Vana Lopes, do Grupo Vítimas Unidas. Estamos protegendo várias destas vítimas e testemunhas", disse Bittencourt.
O COAME afirma ainda que já foram encaminhados relatos e evidências aos Ministérios Públicos de Goiás e São Paulo, além do Ministério Público Federal (MPF) e delegados responsáveis pelo caso. "Solicitamos imediata investigação", afirma a ativista.
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