Fiscal maior ajuda Selic a ir na direção de outros países--fonte

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Por PATRÍCIA DUARTE

O esforço adicional de 10 bilhões de reais na meta de superávit primário neste ano vai ajudar o Brasil a ter juros reais mais compatíveis com os níveis de outros países. Não pelo montante, mas sim pela sinalização que o governo está dando. "Se mantivermos os esforços fiscais pelos próximos anos, e já estamos com a situação fiscal equilibrada, poderemos caminhar para uma situação de juros (brasileiros) em patamares globais e de forma consistente", afirmou à Reuters uma fonte da equipe econômica lembrando que, em 2009 --durante a crise internacional-- a Selic chegou ao patamar mínimo histórico de 8,75 por cento ao ano. No início desta tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que a meta de superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- deste ano foi elevada em 10 bilhões de reais, para 127,9 bilhões de reais. O objetivo é pavimentar o caminho para mais reduções na Selic, hoje em 12,50 por cento ao ano, e evitar que o crescimento econômico seja afetado pela atual crise internacional. O anúncio foi feito a dois dias de o Comitê de Política Monetária (Copom) definir o futuro da Selic. Para o mercado, ela será mantida no atual patamar na próxima quarta-feira, interrompendo um ciclo de cinco altas seguidas e que somou 1,75 ponto percentual. A medida desta segunda-feira está na direção do discurso que vem sendo feito pelo governo --com alinhamento do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC)-- de que eventuais consequências da turbulência internacional no crescimento econômico do país deverão ser combatidas via política monetária, e não com incentivos fiscais. Segundo a fonte, o governo avalia que o cenário internacional é bastante ruim e afetará a atividade econômica mundial "por muito tempo". No Brasil, as pressões inflacionárias que existiam --como demanda aquecida-- até então já mostram arrefecimento diante das medidas monetárias já tomadas. Entre elas, a que limitou e encareceu os empréstimos de longo prazo voltados para a compra de bens de consumo duráveis. Para o governo, trabalhar com política monetária é mais eficiente do que a fiscal para evitar enfraquecimento na economia. Segundo a fonte, isso ocorre porque, ao se reduzir a taxa básica de juros, os efeitos são universais. Ou seja, atingem todos os segmentos da economia num movimento só. "Estímulos fiscais, no geral, acontecem para alguns determinados setores apenas."

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