Depois de realizar um evento para o Dia das Crianças onde menores puderam receber ensinamentos sobre armas pesadas e tocar em equipamentos de segurança como mostrou o Estadão, a prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (Solidariedade) atribuiu a responsabilidade sobre os atos nas forças de segurança. Mas as instituições policiais apontadas pelo administração municipal desmentiram a prefeita.
Elisa Araújo foi às redes sociais e gravou um vídeo, para declarar que foram os policiais que procuraram a prefeitura para fazer a exposição e que ela recomendou que armas não fossem exibidas.
“Eu quero esclarecer que as forças de segurança vieram até a prefeitura solicitar um espaço para que pudessem fazer uma interação com a comunidade, usando os mascotes e cães, numa ação de valorização do amigo protetor. Eu recomendei à organização do evento que não tivesse exposição de armas. Essa recomendação não chegou até às corporações. Eu vejo que esta situação tomou uma proporção muito grande, já que nós estamos num período eleitoral”, declarou Araújo, sem detalhar por que a informação não teria chegado às instituições.
“Politizar essa situação só mostra a intenção de forças políticas contrárias. As forças responsáveis pelas exposições das armas vão dar as suas explicações. Nós da prefeitura trabalhamos muito para oferecer um momento de lazer e confraternização para as crianças. Nós continuamos firmes, trabalhando com a responsabilidade e o carinho de mãe, que quer bem a todos os seus filhos”, concluiu a prefeita.
Polícia Federal, Polícia Militar e Polícia Penal emitiram uma nota conjunta com outra explicação sobre o episódio. No comunicado, as forças afirmam que, em princípio, “o evento idealizado pelas forças de segurança pública seria realizado no dia 11 de outubro na Praça Governador Magalhães Pinto (defronte o 4° BPM)”, ou seja, não estava previsto para o dia 12, como ocorreu.
“No entanto, em razão da previsão de um evento de mesma natureza previamente programado pela prefeitura na Praça Mogiana, a PMU (Prefeitura Municipal de Uberaba) nos solicitou a realização do evento no dia 12 de outubro juntamente com a festividade do Dia das Crianças; o que foi aceito em comum acordo por todos”, afirmam as forças.
O comunicado esclarece ainda que “não houve nenhuma recomendação, solicitação ou determinação, por parte da PMU, que tenha chegado ao nosso conhecimento, relacionado a proibição de expor armas ou outros equipamentos usados pelas forças de segurança em proteção à sociedade”.
Os policiais são enfáticos em dizer que foi solicitado, por parte da prefeitura, que “cada entidade detalhasse, de forma prévia, o que seria exposto para fins de planejamento sobre a organização do espaço, sendo relatado por cada uma das corporações a exposição de armamentos, equipamentos e diversos outros recursos, não havendo, por parte da prefeitura de Uberaba, nenhum posicionamento contrário ou restritivo”.
As forças de segurança concluem a nota com a declaração de que, como instituições de Estado, o objetivo em participar do evento “foi única e exclusivamente de potencializar a aproximação e interação com a comunidade e ainda que, como entidades que prezam pela transparência de suas ações, estaremos à disposição para prestar as informações requeridas pelo Ministério Público.”
Como mostrou o Estadão, é possível ver, em vídeos, policiais dando explicações às crianças sobre rifles, metralhadoras e bombas. As crianças podiam, inclusive, tocar nos equipamentos, como bombas de gás lacrimogêneo.
O deputado Rogério Correa (PT-MG) apresentou uma denúncia no Ministério Público e Conselho Tutelar, por crime contra o Estatuto da Criança e do Adolescente.
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