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Fuga em Mossoró: relatório apontou 124 câmeras inoperantes em 2021 na cadeia federal

Maior parte do sistema de vigilância não estava funcionando adequadamente no momento da fuga da quarta-feira, 14. Detentos estão sendo procurados. Ministério disse ter corrigido falhas

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Por Redação
Atualização:

Um relatório da Divisão de Inteligência da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, identificou, em maio de 2021, 124 câmeras inoperantes na unidade em meio aos 192 equipamentos instalados. A qualidade das imagens das câmeras operantes e baixa área de cobertura dificultaram a adequada visualização da movimentação da fuga da quarta-feira, 14, conforme a reportagem exibida neste domingo, 18, pelo Fantástico.

Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça, integrantes do Comando Vermelho e oriundos do sistema penitenciário do Acre, foram os dois primeiros a conseguirem escapar de uma unidade federal, modelo existente desde 2006. Eles seguem sendo procurados por agentes federais e estaduais nos arredores de Mossoró. O Ministério da Justiça diz que as falhas estruturais da unidade já foram corrigidas e que investiga o caso.

Detentos fugiram na madrugada da última quarta-feira, 14, da unidade federal de Mossoró Foto: Google

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Outro relatório, dessa vez em agosto de 2023, apontou, segundo a reportagem, um problema estrutural da mesma natureza do que foi aproveitado pelos fugitivos: a vulnerabilidade da área existente atrás das luminárias das celas. Foi por lá que Deibson e Rogério escaparam. No documento, uma dessas áreas, chamada de shaft, foi encontrada destrancada diante da corrosão por ferrugem.

Em coletiva de imprensa neste domingo, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que está em Mossoró, comentou as falhas estruturais do presídio. “Essas falhas estruturais, que são antigas porque os presídios foram construídas de 2006 em diante, podem existir em alguns lugares. Aqui foram corrigidas imediatamente. Estamos avaliando se essas falhas se repetem em outros presídios”, afirmou o chefe da pasta.

Na sequência, André Garcia, secretário de políticas penais, afirmou que “não há fragilidade”. “Foi um caso pontual que não vai se repetir.”

Na última sexta, a dupla chegou a invadir uma casa e fazer uma família de refém por algumas horas. Sem o uso da violência, os criminosos roubaram celulares, comidas e saíram da residência, que fica a uma distância de 3 quilômetros da penitenciária.

De acordo com o ministro, a área onde os detentos se encontram é “rural e extensa” e apresenta obstáculos que dificultam a captura, como grutas e estradas vicinais, e até a ocorrência de uma chuva teria atrapalhado os trabalhos de captura previstos para este domingo.

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