O ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, acusado pelo assassinato de Eliza Samúdio, apresentou à Justiça de Minas Gerais nesta quinta-feira, 2, o endereço de sua residência fixa em Belo Horizonte e pedido de autorização para viajar ao Rio, para conhecer a casa da mulher, a dentista Ingrid Calheiros.
Ele chegou ao Fórum de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, no início da tarde, vestindo uma camiseta da torcida organizada Galoucura, do Clube Atlético Mineiro, time que revelou Bruno. Tirou "selfies" com fãs, inclusive um homem que usava máscara de cachorro, mas não falou com os repórteres.
"O Bruno acabou de sair da prisão provisória. Tem a vida toda para cuidar. É preciso ter um pouco de paciência. Ele vai falar no momento adequado", afirmou o advogado Lúcio Adolfo, enquanto o goleiro permaneceu de cabeça baixa, com as mãos nas costas.
Adolfo havia afirmado, na sexta-feira, 24, quando Bruno deixou a prisão, que ele apresentaria endereço fixo no Rio. A entrega do comprovante de residência foi uma das condições feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello para conceder o habeas corpus ao goleiro, condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada Eliza Samúdio.
De acordo com o advogado, ele decidiu manter o endereço em Belo Horizonte até fechar contrato de trabalho com algum clube, o que espera ocorrer nos próximos 15 dias. Adolfo afirmou que Bruno recebeu propostas para jogar em Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ele não informou quais clubes fizeram convites ao jogador.
O advogado disse ainda que, nos próximos dias, o goleiro fará o teste de DNA para confirmar a paternidade de Bruninho, filho que Eliza Samúdio teve, e regularizar a pensão alimentícia.
Em março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza e pelo sequestro e cárcere privado do filho. A defesa entrou com pedido de habeas corpus para que ele aguardasse o julgamento do recurso em liberdade, mas a Justiça não se pronunciou.
Os advogados, então, recorreram ao STF alegando "excesso de prazo da constrição cautelar, uma vez transcorridos mais de três anos desde o julgamento, sem análise da apelação". Mello concedeu a liminar em 21 de fevereiro.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.