Golpe dos nudes: polícia prende 32 suspeitos no RS e SC; esquema foi retratado no Linha Direta

Quadrilha aplicou o golpe em 12 Estados, segundo investigação iniciada há 11 meses. Entenda como funcionava atuação de suspeitos contra vítimas

PUBLICIDADE

Por Luciano Nagel
Atualização:

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira, 29, 32 suspeitos de participar de uma organização criminosa que aplicava o “golpe dos nudes” em 12 Estados do Brasil. As detenções ocorreram em 11 cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No total, a polícia foi para as ruas cumprir 11 mandados de prisão preventiva, 30 mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão.

As investigações iniciaram há 11 meses, após a prisão em flagrante de um homem no município de Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. Na ocasião, uma pistola 9mm e um automóvel Mercedes-Benz, avaliados em R$ 160 mil, foram apreendidos. Desde então, ao menos 140 pessoas foram presas somente no RS.

As detenções ocorreram em 11 cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina Foto: Polícia Civil/RS

De acordo com o delegado Rafael Liedtke, os suspeitos atraíam empresários, médicos e até políticos. ‘’A investigação identificou 80 vítimas do golpe em todo o País, sendo que uma delas teria perdido mais de R$ 100 mil’', disse o policial. O caso foi retratado no programa Linha Direta neste mês.

Como funciona o esquema do golpe dos nudes?

PUBLICIDADE

Segundo as investigações policiais, o crime consistia em extorquir usuários de redes sociais, normalmente homens mais velhos, bem sucedidos, após o envio de fotos íntimas por jovens mulheres. Depois de trocarem mensagens, os criminosos entravam em contato com a vítima, fingindo ser um parente ou policial. Nas ações, alegavam que a jovem era menor de idade. Em seguida, os golpistas tentavam extorquir dinheiro das vítimas para evitar que suas imagens fossem divulgadas nas redes sociais.

A Polícia Civil gaúcha também descobriu, durante as investigações, que uma adolescente de 17 anos foi recrutada pela organização criminosa. A jovem tirava fotos de si mesma e recebia entre R$ 100 e R$ 200 por “pacote de imagens”, que eram usadas no esquema. Os policiais não descartam a suspeita de que outras adolescentes, e maiores de idade, tenham sido aliciadas.

A organização criminosa ainda é investigada pelos crimes de extorsão, corrupção de menores, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo. As diligências foram cumpridas em Florianópolis, São Cristóvão do Sul, Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Tramandaí, Santa Vitória do Palmar, Gravataí, Viamão, Cachoeirinha, Joinville e Canoas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.