Depois do recente rali que levou as ações domésticas ao maior nível em seis meses, os investidores da Bovespa valeram-se da volatilidade dos mercados globais com o alastramento da gripe suína para realizar lucro. Puxado sobretudo pelas ações de empresas de commodities, o Ibovespa caiu 2,04 por cento, aos 45.819 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 4,05 bilhões de reais. "Depois de algumas semanas de sinais de melhora da crise econômica global, apareceu um novo foco de incerteza e o mercado preferiu não pagar pra ver", disse André Spolidoro, sócio e gestor de renda variável da Nobel Asset Management. No caso, foram vários focos, o de gripe suína, doença que pode ter matado 149 pessoas no México e já se alastrou para Estados Unidos, Canadá e Espanha, entre outros. Temendo um alastramento do mal, o investidor saiu vendendo ações de companhias aéreas, de empresas ligadas a alimentos, vistas como candidatas a serem as mais penalizadas. Na Bolsa de Nova York, esses setores ajudaram a empurrar o índice Dow Jones para uma queda de 0,64 por cento. Companhias domésticas dos mesmos setores foram contaminadas por esse movimento. JBS, que tem 15 por cento da receita nos EUA ligada a suínos, segundo analistas, foi a pior do índice, desabando 12,2 por cento, a 6,10 reais. TAM perdeu 6,1 por cento, a 15,50 reais. O panorama externo menos positivo também caiu como uma luva para quem pretendia garantir os ganhos com papéis que subiram bastante nas últimas semanas, como os relacionados a commodities. A queda nos preços de commodities deu um empurrão neste sentido. Sob influência da queda de cerca de 3 por cento do barril do petróleo, a ação preferencial da Petrobras recuou 2,1 por cento, para 28,69 reais. Movimento ainda mais intenso atingiu as companhias ligadas a metais. O papel preferencial da Usiminas tombou 5,6 por cento, valendo 31,88 reais. A preferencial da Vale acabou depreciada em 2,8 por cento, a 29,70 reais. Altas pontuais impediram uma queda ainda maior do Ibovespa. Foi o caso de Sadia, que deu um salto de 7,7 por cento, a 4,07 reais, depois que sua maior concorrente, Perdigão admitiu na sexta-feira à noite que retomou negociações para uma possível associação das companhias. O papel da Perdigão caiu 1,3 por cento, a 30,83 reais. Outros destaques positivos foram Aracruz, com valorização de 9,5 por cento, cotada a 2,64 reais, e sua controladora Votorantim Celulose e Papel, com avanço de 9,9 por cento, a 19,50 reais. Nesta segunda-feira, o Goldman Sachs elevou a recomendação de VCP de neutra para comprar. (Reportagem de Aluísio Alves; Edição de Eduardo Simões)
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