Gusttavo Lima tem prisão decretada pela Justiça em investigação sobre bets

Pedido de prisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais; defesa diz que vai entrar com pedido de habeas corpus

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Foto do author José Maria Tomazela
Por Lucas Xavier e José Maria Tomazela
Atualização:

A Justiça de Pernambuco determinou, nesta segunda-feira, 23, a prisão de Gusttavo Lima, um dos mais famosos cantores sertanejos do País. Ele é suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais.

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A juíza autora da decisão, Andrea Calado, também aponta a suspeita que o artista tenha ajudado outros alvos da polícia - o dono de uma bet e sua mulher - a escaparem da Justiça durante viagem à Grécia, após a operação ser deflagrada.

A defesa de Lima informou que vai entrar com habeas corpus contra a prisão preventiva e disse que a decisão não tem “fundamentos legais”.

O pedido de prisão ocorreu no âmbito da Operação Integration, comandada pela Polícia Civil de Pernambuco. Na mesma operação, estão detidos a influenciadora digital Deolane Bezerra e o dono da bet Esportes da Sorte, Darwin Filho, que negam as acusações.

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A operação não teve as bets como alvo, mas a lavagem de dinheiro de atividades ilícitas, como o jogo do bicho. Relatório da Polícia Civil mostrou, por exemplo, a suspeita de que a organização criminosa lavava dinheiro do jogo do bicho por meio da empresa de apostas online Esportes da Sorte.

Lima era garoto-propaganda de outro site de apostas, a Vai de Bet. A suspeita da polícia é de que a Balada Eventos, empresa de Lima, também fazia um esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais. A investigação cita duas transferências de dinheiro em abril (R$ 4,819 milhões) e maio do ano passado (R$ 4,947 milhões).

Ele também é acusado de ocultar a propriedade de um avião, ao vender uma aeronave para José André da Rocha Neto, dono da Vai de Bet, que está foragido (leia mais abaixo). A defesa do site de apostas nega irregularidades. Segundo a polícia, houve depósitos entre fevereiro e julho deste ano em seis diferentes datas, no total de R$ 22,232 milhões.

Gusttavo Lima Foto: Augusto Albuquerque/Divulgação

Avião em nome do cantor foi apreendido

A Justiça já havia decretado o sequestro de bens, incluindo imóveis, em nome da Balada Eventos e Produções, empresa do artista. A relação dos bens bloqueados não foi divulgada porque o processo corre em segredo de Justiça.

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No inicio do mês, foi apreendido em Jundiaí (SP) uma aeronave registrada no nome da empresa Balada Eventos, de Gusttavo Lima. O avião, porém, é operado pela empresa JMJ Participações.

O proprietário da JMJ é Rocha Neto, dono da VaideBet, site que atua no Brasil desde 2021 e até junho era patrocinadora máster do Corinthians.

Foi expedido mandado de prisão contra Rocha Neto no dia 4, quando foi deflagrada a operação, mas ele estava fora do País naquele dia. Herdeiro do ramo imobiliário na Paraíba, ele detém mais de 30 empresas. O capital social dos projetos ligados a seu nome soma cerca de R$ 19,2 milhões.

A assessoria do sertanejo disse que o avião foi vendido para a JMJ, mas disse que o registro ainda consta em nome da empresa de Lima enquanto aguardam a documentação sair, o que também foi afirmado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

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Juíza suspeita que cantor ajudou dono de bet a escapar da polícia

Na decisão, a magistrada destacou a proximidade do artista com a Vai de Bet. Segundo a sentença, em 1º de julho, Lima “adquiriu uma participação de 25% na empresa”.

Além disso, quando a operação foi deflagrada, Rocha Neto, a mulher, Aislla Rocha, e o cantor estavam no exterior. Haviam viajado no mesmo avião com destino à Grécia. Aislla também é alvo de mandado de prisão pela Integration.

Quando a operação foi deflagrada, a Vai de Bet disse cumprir a legislação e afirmou estar à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem solicitados.

Na volta realizada no dia 7, três dias após a operação, o casal não desembarcou em Goiânia. Para as autoridades, isso sugere que ficaram em algum ponto do trajeto (Grécia ou nas Ilhas Canárias, onde foi feita uma parada). Para a juíza, esses indícios exigem “investigação minuciosa”, uma vez que mostram conivência de Lima com os foragidos.

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“A riqueza não deve servir como um escudo para a impunidade, nem como um meio de escapar das responsabilidades legais”, escreveu a magistrada.

Com a decisão judicial, também ficam suspensos o passaporte e o registro de arma de fogo do artista.

Cachê do cantor pode chegar a R$ 1 milhão

Gusttavo Lima nasceu na cidade mineira de Presidente Olegário no dia 3 de setembro de 1989. Seu nome de batismo é Nivaldo Batista Lima.

Na juventude, formou o trio Remelexo com seus irmãos e se apresentou em bares. Seu primeiro cachê foi de R$ 35.

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O cantor se mudou para Goiânia em 2009 e se transformou em um dos principais nomes do sertanejo brasileiro, com 45 milhões de seguidores no Instagram. O seu cachê pode chegar a R$ 1 milhão.

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