Ibovespa tem forte alta após medidas de estímulo do Fed

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Por DANIELLE ASSALVE
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O principal índice acionário da Bovespa fechou no maior patamar em mais de quatro meses nesta quinta-feira, depois que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, agradou os mercados ao anunciar um novo programa agressivo de estímulo à economia. O Ibovespa avançou 3,4 por cento, a 61.958 pontos. Foi a maior pontuação de fechamento desde 3 de maio. O giro financeiro do pregão foi de 13,1 bilhões de reais, bem acima da média diária do ano, de cerca de 7,2 bilhões de reais. "O Fed correspondeu às expectativas e os mercados estão de vento em popa", disse o analista Aloisio Villeth Lemos, da Ágora Corretora, no Rio de Janeiro. "Vemos uma alta forte com volume consistente, o que significa uma quebra daquele quadro de aversão ao risco que vinha pesando na bolsa." O Fed lançou nesta tarde mais um programa de estímulo, dizendo que comprará 40 bilhões de dólares em dívida hipotecária por mês, até que as perspectivas de emprego melhorem substancialmente. A autoridade monetária dos EUA também afirmou que espera manter as taxas de juros do país próximas a zero até meados de 2015. "O Fed anunciou estímulos bem agressivos, mostrando que o governo norte-americano está realmente determinado a ajudar a solucionar a crise", disse o diretor da Mirae Asset Securities, Pablo Spyer, em São Paulo. "Vamos ver um grande fluxo de recursos para países emergentes, considerando especialmente que todas as economias desenvolvidas estão com taxas de juros perto de zero e nossa taxa é infinitamente mais atrativa", acrescentou. Logo após o comunicado do Fed, às 13h30, os mercados acionários aceleraram o ritmo de alta e passaram a registrar fortes valorizações. Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 1,55 por cento e o S&P 500 avançou 1,63 por cento. "É um movimento forte do Fed e o mercado ainda tem na memória que outros dois QE (afrouxamento monetário) serviram para elevar bem os preços de ativos da bolsa", afirmou o economista Gustavo Mendonça, da Saga Capital, no Rio de Janeiro. Mas ainda é cedo para apostar em uma tendência consistente de alta, segundo Mendonça. "Em geral, um rali sustentado das bolsas é acompanhado de uma melhora de fundamentos, mas isso não está acontecendo." No front doméstico, o governo brasileiro anunciou mais uma série de medidas para impulsionar a economia, com a redução dos encargos na folha de pagamento para mais 25 setores e vantagens fiscais para compra de bens de capitais. Dentre as blue chips brasileiras, a preferencial da Vale subiu 2,78 por cento, a 37,29 reais, e a da Petrobras teve alta de 4,14 por cento, a 22,90 reais. OGX avançou 4,84 por cento, a 6,93 reais. As ações preferenciais da Usiminas e as ordinárias da CSN lideraram os ganhos do Ibovespa, com alta de 13,49 e de 10,66 por cento, respectivamente. Dos 69 ativos que compõem o índice, apenas dez fecharam no campo negativo, com destaque para Natura e Cielo, que perderam 3,28 e 2,53 por cento, nesta ordem.

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