Imagens mostram momento da apreensão do dinheiro pela PF

Mais de R$ 10 milhões em dinheiro estavam escondidos atrás de parede falsa

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Por Agencia Estado
Atualização:

Imagens produzidas pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês) e obtidas pelo programa de televisão Fantástico, da TV Globo, mostram o momento em que policiais encontraram R$ 10 milhões, 300 mil euros e jóias e relógios de luxo escondidos em um compartimento secreto, ocultado por uma parede falsa, em imóvel na zona norte. O dinheiro estava no escritório de Júlio Guimarães, sobrinho do bicheiro Aílton Guimarães, o Capitão Guimarães, presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), também detido na Hurricane. Ao vasculhar o escritório, policiais desconfiaram que um armário embutido pudesse esconder uma parede falsa. Depois de arrancar o fundo do móvel, os agentes decidiram usar uma marreta contra a parede de alvenaria, que descobriram ser oca. Em seguida, examinaram o compartimento com uma lanterna e se entusiasmaram ao descobrir uma montanha de dinheiro. "Muita grana, moleque!", exultou um policial. Eram dezenas de malotes recheados com maços de R$ 10 mil. Para contar o dinheiro, a polícia precisou usar máquinas. Depois disso, os malotes foram transportados por helicóptero e carro-forte e ficariam no Banco Central. Carnaval O delegado da Polícia Federal Emanuel Henrique de Oliveira levantou a suspeita de que outro bicheiro preso na operação da PF - Anisio Abrahão Davi, o Anísio, presidente de honra da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis - teria influenciado o resultado do desfile das escolas de samba no carnaval deste ano. A Beija-Flor foi campeã. Nos últimos cinco anos, a escola ganhou quatro vezes. A operação A Operação Hurricane, realizada pela Polícia Federal na sexta-feira, 13, realizou 25 prisões nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e no Distrito Federal e ocorreu após um ano de investigações, ordenadas em uma operação sigilosa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) César Peluzzo. A operação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que atuava na exploração do jogo ilegal e cometia crimes contra a administração pública. Foram cumpridos 70 mandados de busca e apreensão e 25 mandados de prisão contra chefes de grupos ligados a jogos ilegais, empresários, advogados, policiais civis e federais, magistrados e um membro do Ministério Público Federal. Na operação a Polícia Federal apreendeu 30 carros de luxo, uma moto e uma grande quantidade de dinheiro, sendo necessário um carro-forte para o transporte até uma agência da Caixa Econômica Federal. A investigação começou há um ano na 6ª Vara Federal do Rio, com a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho e, em setembro de 2006, foi remetida pelo procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, para o Supremo Tribunal Federal, devido ao surgimento do nome do ministro do Supremo Tribunal de Justiça Paulo Medina. A partir de então, o inquérito 2.424/2006 passou a ser presidido pelo ministro do STF Cézar Peluso. Ele autorizou a instalação de escuta, inclusive no gabinete de Carreira Alvim, cujos microfones foram descobertos no forro do teto. Alvim, que disputava a presidência do TRF, acusou na época a direção do Tribunal pelos grampos. Na eleição, ele foi derrotado por 15 votos a nove. Os presos - Ailton Guimarães Jorge - bicheiro, conhecido como Capitão Guimarães, é presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro - Ana Claudia Rodrigues do Espírito Santo - Anísio Abrão Davi - bicheiro e presidente de honra da Beija-Flor - Antonio Petrus Kallil - bicheiro, conhecido como Turcão - Carlos Pereira da Silva - delegado da Polícia Federal de Niterói - Delmiro Martins Ferreira - Ernesto da Luz Pinto Dória - juiz do Trabalho do TRT da 15ª Região (Campinas, SP) - Evandro da Fonseca - advogado - Francisco Martins da Silva - Jaime Garcia Dias - advogado - João Sérgio Leal Pereira - procurador da República. Suspeito de integrar esquema de fraudes em sentenças judiciais ao lado do desembargador Ivan Athié. Está afastado do cargo. Foi preso na Bahia. - José Eduardo Carreira Alvim - ex-vice-presidente do TRF-2.ª Região, do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e desembargador federal - José Luiz Rebello - José Renato Granado Ferreira - empresário - José Ricardo de Figueira Regueira - desembargador federal - Júlio Guimarães Sobreira - Laurentino Freire dos Santos - Licínio Soares Bastos - Luiz Paulo Dias de Mattos - delegado da Polícia Federal - Marcos Antônio dos Santos Bretas - Paulo Roberto Ferreira Lima - Sérgio Luzio Marques de Araújo - advogado e irmão do juiz federal Marcelo Luzio - Silvério Néri Cabral Junior - advogado - Susie Pinheiro Dias de Mattos - delegada da Polícia Federal. Estava licenciada para exercer o cargo de corregedora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), com função era combater as fraudes de combustíveis. - Virgílio de Oliveira Medina - advogado. Irmão do ministro do STJ Paulo Medina

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