Inglaterra restringirá fertilizações com mais de um embrião

Medidas buscam reduzir riscos para bebês e ocorrência de nascimentos múltiplos

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Por Agencia Estado
Atualização:

A entidade que regulamenta a fertilização na Inglaterra, a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA), irá na próxima semana anunciar uma série de restrições e normas para que médicos e cientistas tentem reduzir o máximo o número de nascimentos múltiplos em fertilizações in vitro (IVF, na sigla em inglês). Segundo a versão online do jornal The Guardian, as mulheres estão cada vez mais racionando o uso de tratamento de fertilidade devido ao medo cada vez maior de que o nascimento de múltiplos bebês coloquem suas vidas e a das crianças em risco. No futuro, mais de 30 mil mulheres serão submetidas anualmente à fertilização in vitro (IVF) para ter apenas um embrião implantado, ao contrário do que dois, que são implantados atualmente. A medida que o órgão inglês irá anunciar avança neste sentido, buscando reduzir a evidência de alto risco de nascimentos de gêmeos e trigêmeos. O grande risco de nascimentos múltiplos nas últimas décadas, além de colocar a vida do feto em risco, também colocava a saúde da gestante em perigo. O órgão irá ainda anunciar uma série de medidas, denominadas "transferência de um único embrião", para que cada mulher passe a receber apenas um embrião. As novas regras não valerão para uma minoria, incluindo mulheres idosas, cujas condições médicas exigem no mínimo dois embriões para que haja a realística chance da gravidez. Contudo, não é consenso que as novas medidas serão bem-vindas. Algumas mulheres que engravidaram através de fertilização em vitro criticam as novas normas propostas pelo órgão, porque reduzem as chances da gravidez. Ao The Guardian, Nevins Sharp, 31 anos, que teve duas meninas gêmeas após inseminação realizada em 2006, diz que apesar de reduzir o risco, a inseminação de apenas um embrião diminui as chances das britânicas conseguirem atingir o que mais lutam na vida, ficar grávidas. "Pelo método antigo é muito mais propício (a gravidez)", acredita Nevins. O órgão regulador diz que irá atuar também juntamente a médicos e especialistas para que os casais tenham maiores chances de engravidar acreditando que este método dará certo. Mas, os médicos terão inicialmente total liberdade para opinarem. Atualmente, mulheres com menos de 40 anos podem ter dois embriões transferidos e, com mais de 40 anos, três embriões. Em concepções naturais, um em cada 80 gravidez resulta em um nascimento múltiplo. Com a fertilização em vitro, o risco é alto: um em cada quatro tratamentos produz gravidez com mais de um bebê.

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