A Polícia Civil de Minas Gerais afirma que o número de relatos de cães que morreram com suspeita de intoxicação após ingerir petiscos para pets é superior a 40 em todo o Brasil. Segundo a delegada Danúbia Quadros, responsável por investigar o caso, já são pelo menos oito óbitos em Belo Horizonte e cerca de outros 40 no resto do País.
“Em Belo Horizonte, já são 8 casos de mortes registrados até segunda-feira. No Brasil afora, já são cerca de 40 óbitos até o momento”, afirmou a delegada de Minas. A corporação não deu mais detalhes sobre os demais casos.
Já a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou apenas que todos os casos registrados serão encaminhados para a Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente (DICMA) de Guarulhos, na região metropolitana da capital, que instaurou inquérito policial e solicitou perícia na fábrica.
Na semana passada, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já havia determinado o recolhimento nacional de todos os lotes de mercadorias da empresa Bassar Pet Food após a morte de cachorros em São Paulo e em Minas.
Leia também
Nesta terça-feira, 6, a pasta também mandou suspender o uso de dois lotes de um ingrediente produzido pela fornecedora Tecno Clean Industrial Ltda e que foi usado nos petiscos. Isso ocorreu porque o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela empresa de um de seus fornecedores, estaria contaminado com etilenoglicol. Procurada pela reportagem, a Tecno ainda não se manifestou.
Anteriormente, os produtos identificados com suspeita de contaminação eram o Every Day sabor fígado (lote 3554) e o Dental Care (lote 3467). O Grupo Petz também havia informado que logo que teve conhecimento do caso, ainda na sexta-feira, também retirou embalagens do petisco Snack Cuidado Oral Hálito Fresco dos pontos de vendas. Todos são fabricados pela Bassar.
Laudo preliminar divulgado pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com base na necropsia de dois dos animais intoxicados, identificou a presença de monoetilenoglicol no corpo de um deles. Conhecida também como etilenoglicol, a substância é geralmente usada para refrigeração e encontrada em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras.
Na sexta-feira, 2, a Bassar Pet Food já havia informado que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.