Inverno da Acqua Studio é perfeito para o verão carioca

Grife mostrou peças leves; Juliana Jabour criou vestidos curtos com volume

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É claro que as coleções já haviam sido idealizadas há meses, mas parece que o calor arrasador que marca essa edição do Fashion Rio influenciou algumas coleções de outono-inverno. Ontem, a grife Acqua Studio, conhecida por seus trajes de festa, desfilou peças tão levinhas que poderiam ser usadas nessa semana de verão carioca. As modelos pareciam ora bailarinas ora ninfas, com seus vestidos delicados e trabalhados. O desfile não teve nada de invernal: o investimento foi em tecidos como seda, gaze e nos plissados. A estilista Esther Bauman usou cores pálidas, como as chamadas nude e pancake, além de azul claríssimo (quebradas por um ou outro azul mais escuro). Esther criou volumes no busto, na barra e nas mangas dos vestidos, adornando os tecidos com telas de metal. A Espaço Fashion trouxe um outono-inverno majoritariamente claro, com estampas bonitas e vestidos e casacos volumosos. Foi das poucas grifes neste Fashion Rio a realmente apostar no frio. Levou até gelo seco para a passarela para ajudar a baixar a temperatura. Bota e cachecol foram as palavras de ordem da marca das irmãs Camila e Bianca Bastos. A tarde começou com estilistas novatos, selecionados para a 10ª edição do Rio Moda Hype (de onde já saíram alguns dos nomes hoje na semana de moda carioca). As inspirações das coleções foram as mais diversas. Fernanda Yamamoto, de São Paulo, criou a sua, batizada de Sport Chic, com peças bem confortáveis e de cores vibrantes, pensando no conforto das roupas esportivas. O piauiense Martins Paulo se voltou para o aspecto "lúdico" da obra de Cecília Meireles, que o levou a criar vestidinhos ultracoloridos. Alisson Rodrigues, que veio do Paraná, escolheu a temática urbana para sua moda masculina, com direito a gravata borboleta com jeans. As peças mostradas pela mineira Julia Valle eram bem delicadas - seu inverno é de vestidos, blusas e bermudas de tecidos leves, em preto, bege e verde claro. Renata Veras, do Rio, ficou em sua área, o couro, e misturou com chamois, seda e lã, em calças, vestidos e jaquetas imaginadas a partir do movimento inglês Guerrilla Gardening, que transforma áreas abandonadas em jardins. A Frame, da dupla paulistana Patrícia Brite e Lívia de Paula, foi buscar as ideias de Marcel Duchamp para fazer sua coleção marcada por bermudões para eles e vestidos volumosos para elas. Aos quatro anos de idade e depois de conquistar celebridades estrangeiras, como Naomi Campbell e Kiefer Sutherland, a grife carioca Ausländer, do designer Ricardo Bräutigam, fez um concorrido desfile de estreia no Fashion Rio. A ideia, segundo Bräutigam, era ir fundo na moda de rua. A estilista gaúcha Elisa Chanan misturou referências do punk e do rock, sem deixar de lado a moda esportiva, uma marca da grife que leva seu nome. Seu outono-inverno é quase todo preto. A grife Juliana Jabour pensou numa noite de inverno para criar vestidos curtos e volumosos, blusas de tricô, shorts e calça de couro.

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