Pesquisadores encontraram evidências de que os Estados Unidos podem ter desenvolvido três vírus de computador até então desconhecidos para os usar em operações de espionagem ou guerra cibernética. A descoberta provavelmente reforçará a tese de que o governo dos EUA, para defender seus interesses no Oriente Médio, está utilizando mais a tecnologia cibernética do que se acreditava. Já se encontraram vínculos entre os EUA e o Cavalo de Troia Stuxnet, que atacou o programa nuclear do Irã em 2010, e a sofisticada ferramenta de vigilância cibernética Flame, descoberta em maio. Os fabricantes de software antivírus Symantec, dos EUA, e Kaspersky Lab, da Rússia, revelaram nesta segunda-feira ter descoberto indícios de que os operadores do Flame podem ter trabalhado com três outros vírus ainda não descobertos. As duas companhias de segurança, que investigaram o caso separadamente uma a outra, recusaram-se a falar dos responsáveis pelo Flame. No entanto, antigos e atuais funcionários de serviços de segurança ocidentais contaram à Reuters que os EUA tiveram um papel na criação do Flame. O jornal Washington Post falou no envolvimento também de Israel. Fontes que trabalham ou trabalharam para o governo dos EUA também disseram à Reuters que o país estava por trás do Stuxnet. A Kaspersky e a Symantec encontraram em junho traços comuns entre o Stuxnet e o Flame, afirmando que parte do programa Flame é quase idêntico ao código de uma versão do Stuxnet que circulou em 2009. Por enquanto, as duas empresas sabem muito pouco sobre os vírus recém-identificados, exceto que um deles está em uso atualmente no Oriente Médio. Elas não sabem ao certo o que se pretendia ao criá-los. "Pode ser qualquer coisa", opinou Costin Raiu, diretor da equipe mundial de pesquisa e análise da Kaspersky Lab. (Por Jim Finkle)
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