O Iraque conseguiu atingir apenas três das 18 metas estabelecidas pelos Estados Unidos para monitorar o progresso militar e político do país asiático, de acordo com o esboço de um relatório obtido pelo jornal americano The Washington Post. A versão final do documento de 69 páginas, compilado por um órgão supervisor do Congresso americano, será entregue aos parlamentares na próxima terça-feira. Segundo o jornal, a avaliação do relatório é de que "legislação-chave não foi aprovada, e o nível de violência continua alto" no Iraque. "Embora o plano de segurança de Bagdá tenha o objetivo de reduzir a violência sectária, as agências dos Estados Unidos divergem sobre se tal violência diminuiu", diz o esboço. Ainda de acordo com as informações obtidas pelo jornal, duas outras metas foram "cumpridas parcialmente". O Washington Post diz que a fonte que passou as informações sobre o relatório aos jornalistas teme que "suas conclusões pessimistas" sejam "diluídas na versão final". As supostas conclusões do relatório são bem diferentes das de um estudo da Casa Branca que diz que oito metas foram cumpridas. O documento deverá ser divulgado poucas semanas antes de o general David Petraeus, comandante das forças americanas no Iraque, e Ryan Crocker, embaixador dos Estados Unidos no país, apresentarem um relatório completo sobre a situação no país asiático ao Congresso americano. Esse relatório de Crocker e Petraeus deve examinar especialmente o impacto do aumento da presença militar americana no país nos últimos meses. O presidente americano, George W. Bush, já afirmou que as suas decisões sobre o futuro da presença militar americana no Iraque dependem do parecer de seus generais. Segundo o correspondente da BBC em Washington Nick Childs, existe um entendimento generalizado na capital americana de que a opinião de Petraeus é a mais importante. O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshyar Zebari, disse que não acredita que o documento apresente "soluções mágicas" para os desafios enfrentados pelo Iraque. Zebari reconheceu, no entanto, que o relatório de Petraeus e Crocker será muito importante e que o "mundo o aguarda ansiosamente". O ministro admitiu ainda que o progresso observado na área da segurança no Iraque não foi acompanhado por progresso político, mas insistiu que o acordo de reconciliação assinado no fim de semana entre xiitas, sunitas e curdos significa que uma nova fase está começando. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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