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Gabriela já teve versão em quadrinhos. E Jorge Amado gostou

Escritor disse que adaptação quadrinizada ajudava aumentar ainda mais o interesse pelo livro original

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Por Acervo Estadão
Atualização:

Um dos grandes sucessos do escritor Jorge Amado, o romance “Gabriela, Cravo e Canela”, publicado em 1958, tornou-se também um clássico da televisão brasileira quando virou uma novela da Rede Globo estrelada por Sônia Braga em 1975. O grande sucesso da novela fez com que editores de revistas em quadrinhos relançassem uma adaptação da história em gibi de 1961, mesmo ano da primeira adaptação para TV. O Jornal da Tarde contou essa história na seção Divirta-se de 3 de julho de 1975. Leia a íntegra do texto de Luciano Ramos:

Notícia sobre adaptação em quadrinhos do romance Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, no Jornal da Tarde de 3 de julho de 1975. Foto: Acervo Estadão

Jornal da Tarde - Divirta-se - 3 de julho de 1975

GABRIELA, AGORA TAMBÉM EM GIBI. E AINDA MELHOR DO QUE NA TELEVISÃO.

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Gabriela (quadrinização do romance de Jorge Amado; roteiro de Fernando Albagli e desenhos de Ramón Llampayas; Editora EBAL; 52 páginas; formato 32 por 23 cm; Cr$ 5,00, em todas as bancas) — Gabriela é um romance elástico. Esta qualidade talvez nem Jorge Amado tenha notado. Trata-se, porém, da característica que lhe permite ser ora esticado, ora espremido. Se no televisão alonga-se por mais de 120 capítulos, na revista em quadrinhos resume-se ao espaço de apenas 52 páginas. Na novela, o trabalho é enxertar, en-quanto nos quadrinhos basta amputar.

O redator da novela para a televisão tem de inventar falas e situações novas. Mas os editores da revista podem dar-se ao luxo de colocar nos balões e legendas apenas as palavras de Jorge Amado, transcrevendo-as letra por letra.

— Estou plenamente satisfeito com essa adaptação — declara o próprio escritor. Penso que ela só tem feito aumentar o público de meus livros. O leitor da adaptação em quadrinhos, se gosta do livro, termina por ir buscá-lo para uma leitura na íntegra. Tenho provas disso.

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Jorge Amado refere-se aqui à primeira edição do álbum, de 1961 — ano em que foi também realizada a primeira adaptação de Gabriela para a televisão. Sonia Braga não aparece na capa porque o cachê que pediu era maior do que a quantia que Jorge Amado solicitou para ceder os direitos autorais desta edição.

O roteiro de Fernando Albagli não permite que os desenhos funcionem como mera ilustração do livro e consegue perfeito equilíbrio de texto e imagem. O ritmo de leitura torna-se igual ao de qualquer aventura de Mandrake ou Dick Tracy. O resultado, no entanto, apresenta-se muito fiel ao romance. E, em matéria de fidelidade à aparência física dos personagens, talvez os desenhos de Llampayas ultrapassem todos os esforços de atores e maquiadores da novela. Faça a comparação você mesmo. Luciano Ramos

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

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Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

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