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O jogador que igualou o feito de Pelé e marcou oito gols num jogo: Jorge Mendonça

Façanha aconteceu no Campeonato Pernambucano de Futebol de 1974

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Por Acervo Estadão
Atualização:

Em meio a fotos de lances de jogos de três grandes times paulistas, uma foto destoava na capa do Jornal da Tarde de 12 de agosto de 1974. Era o retrato do jogador Jorge Mendonça ao lado do título “Como Pelé, ele fez oito gols”. O jovem atacante do Náutico ofuscou o resto do noticiário esportivo por causa dos oito gols que marcou na vitória por 8 a 0 do seu time contra o Santo Amaro no Campeonato Pernambucano de Futebol.

Com a façanha Jorge Mendonça, que no futuro brilharia com seu futebol no Palmeiras e na Seleção Brasileira, igualava um feito de Pelé, que dez anos antes marcou oito gols numa goleada de 11 a 0 no Botafogo de Ribeirão Preto. Leia a íntegra do texto e veja como foi a atuação de Jorge Mendonça.

Jornal da Tarde - Edição de Esportes - 12 de agosto de 1974

Notícia dos oito gols de Jorge Mendonça na Edição de Esportes do Jornal da Tarde de 12 de agosto de 1974. Foto: Acervo Estadão

Só Pelé é igual a Jorge Mendonça

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E isso porque o juiz anulou o nono gol que Jorge marcou ontem.

No intervalo da partida, um vendedor de refrescos anunciava seu produto aos gritos de “Olha aqui a limonada de Jorge Mendonça”. Em todas as partes do pequeno Estádio dos Aflitos, no Recife, era só dele que se falava: de Jorge Mendonça. Afinal, ele havia marcado cinco gols em 45 minutos de jogo contra o Santo Amaro.

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E, quando a partida terminou, com 8 a 0 para o Náutico (os oito gols de Jorge Mendonça), ele não era apenas o grande ídolo do vendedor de refresco e de toda a torcida do Náutico, Jorge acabava de se igualar a Pelé no recorde brasileiro de oito gols marcados numa só partida.

Até os sete minutos do jogo de ontem, pelo campeonato pernambucano, Jorge Mendonça nem havia tocado na bola. Mas seu primeiro chute, aos 11 minutos, foi gol. O segundo, aos 12, também. E daí para a frente — de pé direito, de esquerdo, de cabeça, de falta, de pênalti (que ele mesmo sofreu e bateu com a “paradinha” de Pelé) —, Jorge foi fazendo mais. Aos 20, 37, 38 do primeiro tempo; 12, 14 e 40 do segundo, só houve gols de Jorge Mendonça. (Aos 29 e 30 do segundo tempo, ele marcou outros dois, que o juiz anulou, um deles sem nenhuma explicação).

No vestiário, o artilheiro de 20 anos que o Náutico comprou ao Bangu por 500 mil cruzeiros (o passe mais caro já pago em Pernambuco), transferia os elogios para os companheiros do time: “eles fizeram tudo para - que eu alcançasse esse recorde. “Só de uma coisa ele fazia questão: guardar com muito cuidado a camisa vermelho e branco, número oito às costas, para dar de presente a seu pai, Nilton Mendonça.” Hoje é Dias dos Pais,” lembrava Jorge.

Na preliminar deste jogo, o América venceu o Ibis por 2 a 0; no Estádio Arruda, o Sport venceu o Desportiva, Pitu por 5 a 0; em Caruaru, Central e Ferroviário empataram por 0 a 0.

Agora, a classificação do Campeonato Pernambucano é esta: Sport e América em 1°, 4 pontos ganhos: Santa Cruz em 2°, com 2; Central e Ferroviário em 3°, com 1; Ibis, Santo Amaro e Desportiva em 4°, com nenhum.

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O Náutico: Neneca, Borge, Djalma Sales, Sidclei e Baiano (Franklin); Juca Show e Drailton, Dedeu, Jorge Mendonça, Betinho e Vasconcelos (Chico). Técnico: Orlando Fantoni.

O Santo Amaro: Ornar, Wilton (Lula), Beto, Zé Pedro e Admilson; Aurino e Neco; Ferreira (Zezinho), Marcos, Dino e Zuzinha. O juiz foi Hélio Ferreira, a renda, Cr$ 22.638,00, e o público, 2.874 pagantes. Gols de Jorge Mendonça.

Jornal da Tarde - 12 de agosto de 1974

Notícia dos oito gols de Jorge Mendonça na Edição de Esportes do Jornal da Tarde de 12 de agosto de 1974. Foto: Acervo Estadão

Jornal da Tarde

Por 46 anos [de 4 de janeiro de 1966 a 31 de outubro de 2012] o Jornal da Tarde deixou sua marca na imprensa brasileira.

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Neste blog são mostradas algumas das capas e páginas marcantes dessa publicação do Grupo Estado que protagonizou uma história de inovações gráficas e de linguagem no jornalismo.

Um exemplo é a histórica capa do menino chorando após a derrota da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

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