O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) reconheceu como união estável homossexual um romance mantido à distância por um gaúcho da cidade de Erechim e um milionário advogado americano. A informação foi confirmada hoje pela assessoria de imprensa do TJ gaúcho. Apesar de ser casado com uma mulher nos Estados Unidos, o advogado americano manteve relacionamento homossexual, por quatro anos, com um jovem gaúcho quando alternava visitas ao Brasil e viagens para o exterior. Pela decisão do TJ/RS, o brasileiro ganhou o direito de receber 50% do patrimônio adquirido durante o romance com o advogado. O advogado americano já recorreu da decisão, alegando que o relacionamento não era amoroso. Segundo ele, houve poucas relações sexuais no início e, depois, o brasileiro teria sido contratado para administrar seus negócios e aquisições no País. No entender do advogado, o patrimônio construído no Brasil também pertence à sua mulher. Com o fim do relacionamento, o brasileiro entrou com a ação judicial pedindo metade de todo o patrimônio do americano. No entanto, o TJ gaúcho determinou a divisão apenas dos bens adquiridos no Brasil durante o namoro, que ocorreu entre janeiro de 2000 e fevereiro de 2004. Na época do relacionamento com o advogado, o rapaz recebia um salário de R$ 1,8 mil. O processo corre em segredo de Justiça.
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