O prefeito Gilberto Kassab (DEM) sofreu ontem um duro revés na Câmara Municipal de São Paulo: os dois projetos do Executivo que concederiam aumentos ao funcionalismo - 15% aos funcionários da Educação e até 40% aos servidores da Saúde - ficaram pendentes após obstrução do PT. Isso depois de a Câmara aprovar mais de 60 projetos em plenário, em sete horas de discussão. No caso do reajuste para os professores, o que prejudicou a aprovação foi um substitutivo de última hora encaminhado pela própria Prefeitura. Em relação ao original, a principal mudança se referia a 31 cargos comissionados - no novo texto, as vagas podem ser preenchidas com indicações de profissionais de fora do quadro dos servidores, o que causou revolta nos 12 vereadores petistas. Os vereadores petistas argumentaram que o governo havia quebrado o acordo do dia anterior, pelo qual o compromisso seria votar pelo menos um projeto de cada parlamentar e, em seguida, o reajuste para o funcionalismo. ?Não dá para aceitar que o governo queira preencher cargos comissionados com pessoas de fora da Prefeitura?, disse Antonio Donato (PT). Mesmo com a abstenção do PT, o projeto acabou aprovado, com 29 votos favoráveis. O líder de governo, José Police Neto (PSDB), já comemorava a aprovação do projeto quando foram colocadas à votação as emendas dos petistas. Muitos integrantes da base já haviam até saído do plenário. Os 23 votos restantes do grupo governista não foram suficientes para derrubar as emendas, e agora o projeto, que precisa ser sancionado até o dia 7, não pode ser homologado. Hoje, o governo deve colocar novamente as emendas para discussão. Os petistas, apesar de favoráveis ao aumento, comemoram o fato de conseguirem ?desgastar? o governo em seu principal projeto. ?Estamos dando um aumento necessário e reivindicado pelo funcionalismo, e eles (PT) não querem que o governo atual fique com esse bônus?, argumentou Police Neto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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