Cientistas chineses protestaram pelo leilão ocorrido em Los Angeles (Estados Unidos) de um ninho de dinossauro fossilizado descoberto no sul da China em 1984 e que provavelmente foi contrabandeado para fora do país. O fóssil pré-histórico, bem conservado apesar de seus 65 milhões de anos, foi vendido pela casa de leilões Bonhams & Butterfields na segunda-feira por US$ 420 mil. Segundo a agência estatal "Xinhua", antes do leilão o especialista chinês Xing Lida, da Academia de Ciências Sociais Chinesa, tinha pedido diretamente à Bonhams que cancelasse o leilão do ninho, que aparentemente era de uma espécie de raptor. O ninho, desenterrado na província sulina de Cantão, continha 22 ovos dispostos em forma circular. Alguns deles estavam tão bem conservados que até o embrião era visível. A casa de leilões se recusou a revelar a identidade do comprador. Segundo Xing, a China não tem legislação específica sobre a proteção de fósseis e só há regulamentos em algumas localidades do país. A falta de uma lei se deve em parte ao fato de que os restos enterrados no subsolo são administrados por duas instituições oficiais, o Birô Estatal de Relíquias Culturais e o Ministério de Terra e Recursos. A divisão cria problemas de coordenação e lacunas legais, reconhecem os especialistas. Em 2002, Pequim criou um fundo para a proteção de relíquias para tentar recuperar os mais de 10 milhões de antiguidades chinesas em poder de museus e no mercado de colecionadores no exterior.
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