O Paraguai extraditou nesta sexta-feira, 20, o narcotraficante brasileiro Carlos Antonio Caballero, o Capilo, apontado como principal líder e introdutor do Primeiro Comando da Capital (PCC) naquele país. Ele cumpriu 7 anos de prisão por lavagem de dinheiro, após ser preso em 2009 em uma fazenda a 400 km de Assunção, e responderá por tráfico no Brasil. Na época, outros quatro supostos criminosos também foram detidos, incluindo Jarvis Chimenes, o Pavão, um dos pivôs da atual disputa pelo controle de drogas na fronteira - que ainda levou a confrontos entre o PCC, o Comando Vermelho e seus aliados no sistema prisional.
Capilo foi citado no megaprocesso concluído em 2013 pelo Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo, que faz um mapeamento do PCC, denunciando 175 acusados. Conforme a apuração, as drogas do PCC viriam do Paraguai e da Bolívia. Os principais fornecedores seriam Capilo e os brasileiros Claudio Almeida, o Django, Rodrigo Felício, o Tiquinho, e Wilson Cuba, o Rabugento.
Pavão é apontado como mentor do atentado que matou o megatraficante Jorge Rafaat Toumani, em junho. Na sequência, a região registrou dezenas de mortes por execução, segundo a polícia. A morte de Rafaat, que comandava o tráfico na fronteira, teria sido arquitetada pelo PCC e causou o rompimento da aliança com o CV, que datava dos anos 1990.
Na sequência, conforme apontam investigadores e especialistas em crime organizado, o Comando Vermelho estreitou relações com facções criminosas menores que comandam cadeias no Norte e Nordeste, como a Família do Norte (FDN) e o Sindicato do Crime (SDC). No início do ano, a rixa levou a massacres nos presídios de três Estados. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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