A concessão de benefícios para dois líderes de uma das facções criminosas do Rio de Janeiro está por trás da disputa por pontos de venda de drogas que dura quatro meses, no Complexo da Maré, na zona norte da cidade.Beneficiados pela Vara de Execuções Penais (VEP) para "trabalho extramuros", Márcio José Sabino Pereira, o "Matemático", líder do Terceiro Comando Puro, e Nei da Conceição Cruz, o "Facão", o segundo homem na hierarquia da quadrilha, não voltaram mais ao presídio e tentam retomar suas bocas de fumo a tiros. A guerra provocou um protesto no domingo de 600 moradores."A interpretação utópica da Lei de Execuções Penais por parte dos juiz provocou uma guerra entre traficantes que já matou 53 pessoas neste período na Maré. Nenhum preso ligado ao crime organizado vai voltar para dormir na cadeia, pois pode sofrer uma emboscada de rivais", afirmou a deputada federal Marina Magessi (PPS), que já chefiou a Inteligência da Polícia Civil.O governador do Rio, Sérgio Cabral, defendeu novamente a revisão da Lei de Execuções Penais. "Tem que ser revista. E o juiz, na hora de decidir, deve ter mais cautela", declarou. O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) informou que o juiz da VEP, Carlos Borges, não comentará o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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