Uma linha de pipa preparada com cerol - mistura de cola com vidro moído - cortou parte da asa e quase derrubou um avião monomotor modelo Paulistinha, pertencente ao Aero-Clube de Sorocaba. O incidente aconteceu domingo, mas só hoje foi divulgado. A aeronave faz parte da frota da Escola de Pilotagem do Aero-Clube e levava um piloto instrutor e um aluno. O avião preparava-se para pousar quando teve a asa atingida pela linha. O fio correu e causou um corte de 30 centímetros na asa, que é feita de fibra de vidro. O avião desgovernou-se, mas foi controlado pelo piloto. Ele conseguiu manobrar e efetuar o pouso. O instrutor e o aluno nada sofreram. O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), que administra o aeroporto, foi informado do acidente, mas até esta terça-feira não havia sido feito o registro da ocorrência nos órgãos policiais. Segundo o administrador regional, Edivar Tadeu de Oliveira, o corpo de segurança interna já foi alertado para o risco das pipas com cerol. As linhas podem atingir pontos estratégicos da aeronave e causar acidentes. Ele pediu ajuda à polícia para afastar os pipeiros das imediações da pista de pouso, do lado externo do aeroporto. Como o local não tem construções, é bastante procurado pelos soltadores de pipas. O uso de cerol na linha é proibido por lei. Os soltadores têm o material apreendido e, se maiores, são indiciados por colocar em risco a integridade alheia. O dono da pipa que atiniu o avião, no entanto, não foi identificado.
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