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‘Linha Direta’ e fake news: relembre casos de disseminação de boatos que acabaram em mortes

Dona de casa erroneamente acusada de raptar crianças foi linchada no Guarujá, enquanto rapaz recebeu pauladas e pedradas em Maceió

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Atualização:

O programa “Linha Direta”, da TV Globo, reconstitui nesta quinta-feira, 22, um dos primeiros casos de fake news que levaram à morte e ganharam repercussão no Brasil.

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A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, casada e mãe de duas meninas, morava em uma comunidade no Guarujá, em 2014, quando foi apontada como sequestradora de crianças. A acusação era falsa, mas se disseminou entre os moradores da cidade litorânea, especialmente depois que um perfil de informações sobre o Guarujá nas redes sociais divulgou o boato, com uma foto da suposta criminosa. Ela seria uma bruxa que usava crianças sequestradas para rituais de magia.

No final da tarde de um sábado, 3 de maio de 2014, Fabiane andava de bicicleta pelo bairro de Morrinhos quando foi identificada e atacada por dezenas de pessoas. A mulher foi linchada, socada, pisoteada, amarrada e arrastada pelas ruas da comunidade, mesmo já inconsciente, enquanto uma multidão acompanhava tudo, incitando ainda mais o ódio - até uma tentativa de queimá-la viva aconteceu naquela fatídica tarde.

O programa Linha Direta está de volta à TV Globo, agora sob o comando de Pedro Bial Foto: Fábio Rocha/Globo

Cinco agressores foram julgados e condenados pelo crime e estão presos até hoje, mas nenhum responsável por divulgar a notícia falsa nas redes sociais foi punido.

No segundo caso da noite, o programa mostra outra história de violência extrema, ocorrida em Maceió em julho de 2016. Geovane Gregório dos Santos, de 26 anos, foi espancado até a morte após ser acusado de ter praticado um assalto.

Testemunhas disseram à polícia que ele estava numa moto e tentou roubar um homem, mas foi contido por pessoas que presenciaram a ação e passou a ser agredido com socos, chutes, pauladas e pedradas. Segundo a polícia, três homens continuaram espancando Geovane mesmo quando ele desmaiou. O trio ainda ateou fogo a um capacete e colocou a peça na cabeça do rapaz, que estava caído no meio da rua. O rapaz, pai de dois filhos, morreu. O crime foi registrado em vídeos.

Apontado como um dos agressores, Hewerton Petrilli dos Santos foi condenado em 2018 a dez anos de prisão, mas está desaparecido até hoje. O programa pede a ajuda do público com informações que levem à localização do foragido, por meio do telefone 181.

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