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Lula sobre enchentes no RS: ‘Me parece que pessoas não cuidaram das comportas’

Declaração foi dada em reunião ministerial sobre as enchentes; Estado vive a maior tragédia climática de sua história

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Foto do author Caio Spechoto
Foto do author Sofia  Aguiar
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 13, que a enchente no Rio Grande do Sul não teria acontecido só por causa das chuvas. Ele mencionou um mau cuidado de comportas. Lula deu as declarações em reunião ministerial sobre as enchentes. O compromisso foi fechado, mas a fala inicial do presidente foi divulgada pela assessoria de imprensa no Palácio do Planalto.

“Esse fenômeno que aconteceu me parece que não foi só chuva. Me parece que teve um fenômeno também das pessoas que não cuidaram das comportas que deveriam ter cuidado há muito tempo”, disse o presidente da República.

Centro histórico de Porto Alegre inundado; Rio Grande do Sul vive a maior tragédia climática de sua história com 147 mortos Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

O petista disse que o compromisso de seu governo é deixar o Rio Grande do Sul “como era antes das chuvas”. Segundo ele, o governo não tem estrutura para lidar com as doações na velocidade cobrada e há necessidade de fazer reconhecimento, seleção e necessidade das demandas.

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Lula disse que a reunião era emergencial para alinhar o governo, principalmente sobre o Rio Grande do Sul. Também afirmou que ministros não deveriam anunciar ideias. Antes, seria necessário transformar a ideia em uma “política real”, e que ideias podem terminar sem construir ações sólidas. O recado de que os ministros não devem fazer anúncios sem o aval do Planalto foi reforçado ao menos três vezes no encontro, segundo apurou o Broadcast Político/Estadão.

“Não dá para cada um de nós que tem uma ideia anunciar publicamente”, disse o presidente no único momento da reunião cujo conteúdo foi divulgado pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também mencionou a necessidade de os anúncios serem articulados com o Planalto. No encerramento da reunião, o presidente repetiu a instrução sobre não divulgar ações antes de haver o aval da cúpula do governo.

O Rio Grande do Sul vive a maior tragédia climática de sua história, atingido por fortes temporais desde o último dia 29. Segundo a Defesa Civil estadual, 450 dos 497 municípios gaúchos foram impactados, e mais de 500 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. Em consequência das chuvas, 127 pessoas seguem desaparecidas.

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O presidente da República também declarou que negacionistas tentam deslegitimar as discussões sobre as mudanças climáticas. Afirmou ainda que deve apresentar um plano nacional para resolver as enchentes no Rio Grande do Sul.

Lula mencionou que haverá novos anúncios nos próximos dias, mas não teria entrado em detalhes sobre as novas ações em nenhuma de suas falas. Há um horário reservado na agenda do presidente às 15h de terça-feira, 14, para divulgar novas medidas sobre o tema.

A reunião foi realizada no Palácio do Planalto e durou menos de três horas porque nem todos os presentes falaram. Normalmente, encontros de todos os 38 ministros ao mesmo tempo com Lula, como o desta segunda-feira, são mais longos. Ninguém deu entrevista à imprensa na saída.

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