Lula volta a defender medicina em aborto de menina

Presidente também reclamou dos que o criticaram por distribuir camisinhas no Carnaval do Rio

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Foto do author Leonencio Nossa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reacendeu nesta segunda-feira, 9, a polêmica com a Igreja Católica na questão do aborto. Em discurso de improviso em um encontro em homenagem ao Dia das Mulheres, ele disse que foi um "absurdo" a crítica feita aos médicos que interromperam a gravidez de uma menina de nove anos em Pernambuco. "Como cristão, sou contra o aborto. Mas, como chefe de Estado, tenho de tratar da saúde pública", afirmou sob aplausos de uma plateia formada por representantes de entidades ligadas aos direitos das mulheres. "É mais que um absurdo. Como é que pode proibir a medicina cuidar de uma menina que ficou grávida indevidamente?", disse. Lula também reclamou dos que o criticaram por distribuir camisinhas no Carnaval do Rio. "Eu não posso, como pai e presidente da República, fingir que distribuir preservativo é ruim", disse. "O governo tem de tratar dessas coisas sim", completou. No evento, Lula evitou referências a sua candidata à sucessão, a ministra Dilma Rousseff, presente ao encontro. Ele limitou-se a dizer que não poderia falar dela, pois "daqui para frente" as pessoas veem motivos políticos. Ele ainda fez uma defesa do trabalho das mulheres em casa. "O trabalho doméstico, se fosse bom, era o homem que fazia. Se fosse prazeroso, era o homem que fazia", disse. Lula disse que a questão do trabalho da mulher em casa é um tabu e vista com preconceito. O presidente ainda disse que, no seu governo, "as mulheres subiram um degrau a mais nos seus direitos" e anunciou que vai transformar a secretaria das Mulheres, da Pesca e dos Direitos Humanos em ministérios. A medida, segundo ele, vai facilitar o repasse de recursos para políticas sociais desenvolvidas pelos órgãos. Ao final do encontro, o presidente evitou dar entrevistas. Ele apenas, numa rápida conversa com jornalistas, voltou a fazer elogios ao jogador Ronaldo, do Corinthians, evitando outros temas. Dilma Rousseff também não quis dar falar com a imprensa.

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