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Opinião|Empresa melhora saúde de pacientes e finanças de planos de saúde combatendo a obesidade

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Com crescimento de 1,9% ao ano, Brasil deve chegar a 127 milhões de pessoas acima do peso em 2035 - Foto: Vecteezy/Creative Commons

O Brasil vive uma epidemia de pessoas acima do peso normal. De acordo com o Atlas Mundial de Obesidade, publicado em março pela Federação Mundial de Obesidade, a doença cresce por aqui a uma taxa de 1,9% ao ano: devemos chegar a 127 milhões de adultos com obesidade ou sobrepeso em 2035. Isso dispara um sério alerta, não apenas para os pacientes, mas para a população como um todo.

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A obesidade nunca vem sozinha: ela pode acarretar muitos outros problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e até câncer. Da mesma forma, pode derivar de causas muito distintas, cujos diagnósticos nem sempre são óbvios. Isso gera uma pesada carga a hospitais e planos de saúde, que podem tratar de maneira ineficiente o problema, por não cuidar dele com a necessária visão multidisciplinar. E em um mercado em que muitos planos de saúde sofrem para fechar suas contas, isso pode gerar despesas desnecessárias, que fazem muita diferença.

Para melhorar a saúde dos pacientes e dos próprios planos de saúde, a empresa curitibana SlimPass lançou uma solução que oferece um tratamento com vários profissionais, para resolver essa carência, com um trabalho de conscientização sobre a obesidade.

O paciente, que pode ser particular ou indicado pelo seu plano de saúde, passa a ser acompanhado por endocrinologistas, psicólogos e nutricionistas, de maneira integrada. "A gente percebeu que o grande desafio não é fazer três tratamentos diferentes para o paciente, mas fazer com que os três pilares do emagrecimento conversem entre si e façam um tratamento personalizado para aquele paciente", explica o cirurgião digestivo Igor Castor, CEO e um dos fundadores do SlimPass.

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Fundada há dois anos por uma equipe de cirurgia bariátrica, a empresa criou um tratamento eficiente não-cirúrgico e vem colhendo métricas positivas, como reduzir pela metade esse tipo de intervenção entre os pacientes que chegam a eles com essa indicação. Para os planos de saúde, isso e o tratamento integrado da obesidade, ao invés de intervenções pulverizadas e contínuas em diferentes doenças decorrentes dela, ajudam a diminuir as altas taxas de utilização por seus clientes (que chegam a 85%), suavizando a pressão sobre suas finanças.

Igor Castor (esquerda) e André Nassif, fundadores da SlimPass - Foto: reprodução

"Mudança de hábitos de vida e reeducação alimentar são palavras muito poderosas, mas também muito difíceis de alcançar na prática", explica Castor. "Há questões culturais, genéticas, sociais, ansiedades envolvidas, então um profissional só não consegue resolver tudo", acrescenta.

Além do acompanhamento com os diferentes profissionais, que é feito por telemedicina, os pacientes também passam a participar de comunidades no WhatsApp, onde recebem continuamente informações sobre a obesidade e podem interagir com outros pacientes. O médico explica que isso é importante porque o combate à doença não deve ser feito apenas com remédios, precisando também de engajamento. Os participantes também percebem que não estão sozinhos com aqueles problemas.

Os planos de saúde não são as únicas empresas a sofrer com a obesidade. Empresas de todos os setores passam por uma "crise do bem-estar", com funcionários mais estressados e menos eficientes por essas doenças.

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Um país que engorda

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Esses altos índices de obesidade são relativamente recentes no Brasil. Mudanças de hábitos na população nas últimas décadas vêm contribuindo para isso. "Antigamente, para você conseguir um aporte calórico alto, de umas 1.000 calorias, você tinha que comer dois pratos de arroz, feijão, carne, verduras, mas hoje, com pouca quantidade de comida, você pode chegar a 2.000 calorias em uma refeição", adverte Castor.

Ele afirma que existe uma falta de conscientização do problema na sociedade. As pessoas estão acima do seu peso normal (em alguns casos, muito acima) e convivem com o problema com relativa naturalidade. Às vezes nem se dão conta dele!

Por isso, são poucas que vão ao médico para tratar especificamente de obesidade. Normalmente, chegam aos consultórios com outras queixas, que são, na verdade, ligadas à doença.

"Não existe obeso saudável" afirma o cirurgião. Por isso, é muito importante que os diferentes atores da sociedade ajudem nessa conscientização, não apenas de que o problema existe, mas de que outras e graves doenças derivam dele, e que o tratamento precisa ser multidisciplinar.

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"A pessoa pode se sentir normal socialmente falando, mas biologicamente esse paciente está em sofrimento", conclui Castor.

 

Opinião por Paulo Silvestre

É jornalista, consultor e palestrante de customer experience, mídia, cultura e transformação digital. É professor da Universidade Mackenzie e da PUC–SP, e articulista do Estadão. Foi executivo na AOL, Editora Abril, Estadão, Saraiva e Samsung. Mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, é LinkedIn Top Voice desde 2016.

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