Cerca de 100 manifestantes ucranianos pró-UE refugiaram-se dentro dos muros de um importante monastério de Kiev neste sábado, fugindo dos cassetetes da polícia e do frio. Com barricadas colocadas no portão para impedir a entrada da polícia, manifestantes que protestam contra a decisão do presidente, Viktor Yanukovich, de rejeitar um pacto com a União Europeia, tentavam tratar seus ferimentos ao amanhecer. Algumas pessoas participaram da missa das 6 horas na Catedral St. Michael, mas depois disso um grupo de monges barbados e vestidos de preto se aproximou dos manifestantes para ouvir sobre o confronto com a polícia. Eles pediram que os homens não tentassem se vingar dos policiais. O protesto principal, ocorrido na Praça da Independência, no centro de Kiev, ganhou força na noite de sexta-feira e chegou a quase 10 mil pessoas, enquanto as notícias se espalhavam sobre a decisão de Yanukovich de orientar a Ucrânia novamente na direção da Rússia. Nas primeiras horas de sábado, a polícia usou cassetetes e granadas de atordoamento para dispersar os manifestantes. Com vans da polícia do lado de fora dos muros do monastério, não está claro por quanto tempo os manifestantes poderão ficar no local. Representantes da igreja se negaram a comentar. A Catedral Ortodoxa Ucraniana, onde fiéis acendem velas diante das imagens douradas dos santos, foi destruída durante a perseguição religiosa promovida pelo ditador soviético Josef Stalin, e reconstruída depois da independência.
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