VITÓRIA - Em meio à crise de segurança pública no Espírito Santo, o boxeador e medalhista olímpico capixaba Esquiva Falcão relatou em uma rede social na noite desta quinta-feira, 9, que sua casa foi invadida e assaltada.
O atleta postou um vídeo em que vizinhos dizem ter visto a casa com as luzes acesas. Segundo Falcão, que não estava no momento da invasão, sua mulher e seus filhos haviam saído do local na manhã desta quinta e ido à casa de parentes.
Em seis dias de motim, foram 113 mortes em todo o Estado capixaba. Nesta sexta-feira, 10, após o fracasso nas negociações entre mulheres representantes dos policiais militares e o governo do Espírito Santo, a Grande Vitória começou o sétimo dia de paralisação da Polícia Militar sob muita incerteza.
"Puts que raiva", diz. E pede: "Deus proteja minhas coisas". O pugilista conta que recebeu ainda áudio e vídeo de vizinhos questionando se era mesmo a casa dele.
Vídeo onde o vizinho pergunta onde é minha casa. Eu confirmo e minha casa. Bandido fila da putaaaa pic.twitter.com/rYPiPpiwn1 — Snap: Esquiva Falcao (@esquivafalcao) 10 de fevereiro de 2017
Os tuítes foram publicados por volta de meia-noite. No último post, o boxeador faz um desabafo e chama de "sacanagem" a ausência de policiais militares nas ruas e a crise de segurança no Espírito Santo. "Muita sacanagem fazer isso. Mais sacanagem ainda e as mulheres dos PMS não deixarem eles trabalharem."
ENTENDA A CRISE NO ESPÍRITO SANTO
Familiares e amigos de policiais militares no Espírito Santo começaram, na noite de sexta-feira, 3, a fazer manifestações impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança dos municípios.
Sem reajuste há quatro anos, os PMs reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho.
O motim dos policiais levou a uma onda de homicídios e ataques a lojas. Com medo, a população passou a evitar sair de casa e donos de estabelecimentos fecharam as portas. Os capixabas já estocam comida.
Na segunda-feira, 6, a prefeitura de Vitória suspendeu o funcionamento das escolas municipais e deunidades de saúde.
Também na segunda, o governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo. Apesar do reforço, o clima de tensão se manteve no Estado.
A morte de um policial civil na noite de terça-feira, 7, motivou uma paralisação da categoria na quarta, agravando ainda mais a crise de segurança no Espírito Santo.
Para tentar conter o motim, o governo criou na quarta-feira, 8, um comitê de negociação com representantes do movimento que impede a saída de policiais militares dos batalhões das principais cidades do Estado.
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