A escuderia líder da Fórmula 1, Mercedes, reconheceu neste domingo que a disputa acirrada entre seus dois pilotos Lewis Hamilton e Nico Rosberg chegou a um ponto em que eles colocarão seus interesses à frente da equipe. "Talvez o que nós decidimos no começo da temporada não valha mais", revelou o chefe de equipe, Toto Wolff, a jornalistas após o Grande Prêmio da Hungria neste domingo. "Nós realmente não podemos mais pedir para que eles troquem de posição ou coloquem em risco suas chances de título em benefício da equipe", acrescentou o diretor da Mercedes. Hamilton recusou um pedido da equipe feito pelo rádio para que permitisse a ultrapassagem do líder do campeonato e companheiro de equipe Nico Rosberg, que largara na pole mas estava atrás do inglês devido a uma estratégia de paradas diferente e ainda tinha um pitstop a fazer. A mensagem "não o segure" foi enviada duas vezes para Hamilton, que acabou terminando a prova em terceiro com Rosberg em quarto, quando ambos ainda tinham um terço da corrida pela frente. "Eu não o estou deixando para trás, se ele chegar perto o suficiente para me ultrapassar, ele pode ultrapassar", respondeu o inglês campeão mundial de 2008, que ficou à frente de Rosberg por mais oito voltas até o alemão ir aos boxes. Se Hamilton tivesse cedido às ordens da equipe, Rosberg, que negou ter feito qualquer pedido para que sua ultrapassagem fosse permitida, poderia ter vencido a prova. Mas a dupla da Mercedes acabou superada pela Red Bull, de Daniel Ricciardo. E Hamilton, que começou a prova nos boxes, teria caído ainda mais na tabela em vez de diminuir a distância de Rosberg para 11 pontos faltando oito corridas para o fim da temporada. (Por Alan Baldwin)
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