O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afastou a direção da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e escolheu um interventor para dirigir a unidade. A medida ocorre após dois detentos escaparem na madrugada desta quarta-feira, 14. Foi a primeira vez em que houve uma fuga na unidade.
Segundo a pasta, a penitenciária será comandada por um policial penal federal que já está em Mossoró. O agente escolhido viajou para o local junto com o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia. A pasta disse não ter divulgado o nome do policial por questões de segurança.
Na madrugada de quarta, os detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento escaparam. Mais cedo, a pasta já havia determinado revisão dos protocolos de segurança de todo sistema prisional federal e acionado a Polícia Federal para atuar na investigação.
O governo também pediu à Polícia Federal que inclua o nome da dupla no Sistema de Difusão Laranja da Interpol e no Sistema de Proteção de Fronteiras, para que os foragidos sejam procurados pela polícia internacional.
A fuga gerou incômodo por ter ocorrido após troca de gestão no ministério. A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) foi uma das pastas cujo gestor foi substituído por Lewandowski. Na tarde desta quarta, o secretário André Garcia viajou para o local para acompanhar de perto as investigações.
Ainda não há informações a respeito de possível participação de agentes de dentro da penitenciária na fuga. Segundo o governo federal, mais de 100 agentes estão envolvidos nas buscas pelos foragidos.
É investigada a ligação dos foragidos com o Comando Vermelho, uma das maiores organizações criminosas do País. Mendonça e Nascimento foram transferidos para o presídio de Mossoró em setembro, após envolvimento em uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, na região metropolitana de Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos em julho de 2023.
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