O comunicador Abel Pedroso foi enterrado nesta quinta-feira, no final da tarde, no Cemitério da Saudade, em Campinas. Ele morreu aos 91 anos de problemas cardíacos, nesta quarta-feira à noite, no Hospital Vera Cruz, onde estava internado há uma semana. Nos anos 1950 e 1960, Pedroso e dois irmãos montaram um dos mais ousados grupos de radiofonia do Estado de São Paulo. Os irmãos inauguraram em Campinas, a Rádio Brasil de Campinas, em 1950, e a Rádio Publicidade e Cultura, em 1956. Nos anos seguintes, montaram as emissoras Brasil de Valinhos, de Tupi Paulista, de Adamantina, de Americana, e de Santo Anastácio. A história da Brasil de Campinas foi marcada pela inovação, com retransmissões de eventos internacionais, como lutas de boxe e concurso de miss universo. O radialista José Sidnei Bergantin narrou do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, para a Rádio Brasil de Campinas, a final do Mundial de Interclubes de 1963, em que o Santos se sagrou bicampeão. O slogan da Brasil de Campinas era ?Aqui não perde uma porque realmente está em todas?. Parte das emissoras foram vendidas pelas famílias com o passar dos anos. Na década de 1960, Abel inaugurou o Jornal de Campinas, que circulou alguns anos e era divulgado como o primeiro jornal colorido do País. As cores, entretanto, se limitavam aos riscos que separavam as reportagens. ?Ele era um ótimo marqueteiro?, comentou o jornalista Moacyr Castro, que trabalhou com Abel durante o período da ditadura, Recentemente, Abel ocupava o cargo de diretor-presidente do Grupo Cultura, formado pelas rádios Globo e CBN de Campinas. Deixa mulher e dois filhos.
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