SALVADOR - Morreu, na tarde desta segunda-feira, 25, a nona vítima da rebelião promovida por detentos do Pavilhão 10 do Conjunto Penal de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, a 110 quilômetros de Salvador. A vítima, um preso que cumpria pena no local, havia sido resgatada com vida, ainda no domingo, e encaminhada, junto com outros quatro feridos, para o Hospital-Geral Clériston Andrade, mas não resistiu aos ferimentos. Os outros feridos foram medicados e liberados.
O motim foi iniciado por volta das 14h30 do domingo, durante o período de visitas aos presos, e teria sido deflagrado por um confronto entre detentos integrantes de duas quadrilhas rivais. O líder de um dos grupos teria sido um dos mortos no conflito. Segundo a direção do presídio, após a confusão, parte dos familiares dos detentos que estava dentro da unidade optou por ficar no local, junto dos parentes.
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Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, do comando da Polícia Militar na região, da direção do presídio e da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) conduziram as negociações. O abastecimento de água foi cortado no local até o encerramento do motim, na manhã desta segunda-feira.
Após o fim do movimento, os detentos foram revistados e retirados do pavilhão de dois em dois e conduzidos a outra unidade, para que policiais pudessem realizar a perícia no local. Os corpos das outras oito vítimas foram resgatados após a saída dos presos e de seus familiares. Um dos mortos foi decapitado.
O pavilhão no qual a rebelião foi feita tem capacidade para 152 presos, mas abriga mais que o dobro, 336. Os amotinados ainda tentaram invadir outro pavilhão durante a confusão, mas foram impedidos por agentes penitenciários. Em todo o complexo, que tem 13 pavilhões, estão 1.467 detentos, apesar de a capacidade ser de 644.
De acordo com a Polícia Militar, foram apreendidos com os presos, ainda durante o motim, dois revólveres e uma pistola. As buscas realizadas por peritos da Polícia Civil após a retirada dos detentos do pavilhão também teriam localizado "grande quantidade" de armas brancas nas celas, mas a Seap ainda não confirmou o número. Segundo informações da Polícia Civil, já foram identificados os autores dos homicídios e das tentativas de homicídios ocorridos no motim.