Willian Constantino Moreira Santos foi espancado, pisoteado, enforcado e asfixiado com uma toalha, além de ser algemado a uma grade dentro da unidade da Febem de Ribeirão Preto. Os assassinos foram dois internos - A.L.A.D., de 17 anos, e I.E., de 16, confessaram o crime - que estavam na mesma cela. O motivo, uma discussão por causa de uma camisa. Agora, o Ministério Público Estadual, através do promotor da Infância e da Juventude, Marcelo Pedroso Goulart, entrou com ação civil, por dano moral difuso, contra a Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor pela morte do rapaz, ocorrida na noite de 7 de novembro de 2001. William tinha 17 anos à época e morreu dentro da Unidade de Internação Ouro Verde. Dois funcionários foram demitidos por causa disso em 6 de março deste ano, após o encerramento da sindicância interna aberta pela Febem.. Os agentes de segurança Alexandre Marcelo Publio de Souza e Fairuz Mousse Júnior não teriam feito rondas rotineiras e preventivas, a cada meia hora, na unidade, no dia do crime. "Certamente, o jovem não teria morrido se a ronda tivesse sido feita", diz o promotor Goulart, que incluiu os dados da sindicância na ação entregue à Justiça, o que dá mais sustentação ao seu pedido. A ação do MP, por dano moral difuso, pede o pagamento de indenização de 500 salários mínimos (R$ 120 mil), revertidos para o Fundo do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, que investiria o valor em ações sociais voltadas aos jovens. Goulart já moveu quase 30 ações semelhantes desde 1999, a maioria contra a Febem. A Assessoria de Imprensa da Febem informou que o órgão não vai se manifestar sobre o assunto porque ainda não foi notificada oficialmente da ação.
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