O Ministério Público Estadual (MPE) abriu procedimento investigatório criminal para apurar os indícios de irregularidades apontados em reportagem publicada ontem no jornal O Estado de S. Paulo sobre empresas de segurança privada contratadas pela Prefeitura de São Paulo. A apuração será conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos, o mesmo que investiga a máfia da merenda na capital. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também disse ter encaminhado o caso para a Corregedoria do Município. ?Não quero afirmar que sejam irregularidades. Apenas encaminhei para manifestação da corregedoria?, disse Kassab. O prefeito não vê problemas em contratar serviços de segurança privada para inspecionar prédios públicos. ?Era necessário em alguns equipamentos municipais, como os de ensino. Tudo foi feito dentro da mais absoluta transparência. Isso não quer dizer que em algum momento essa segurança não possa ser pública.? A Prefeitura gasta R$ 120 milhões por ano com segurança privada, quase o mesmo valor do orçamento anual da Guarda Civil Metropolitana, em torno de R$ 170 milhões. Os vigias particulares ligam para a GCM no caso de um ocorrência, o que, segundo guardas ouvidos pela reportagem, onera a Prefeitura duas vezes. ?São coisas distintas. Não são verbas que seriam substituídas?, alegou Kassab. O Estado mostrou que duas empresas ?irmãs? concorreram juntas e venceram licitações abertas pela Prefeitura. A Vanguarda Segurança e Vigilância pertence a Dilma Pacheco Oliveira e Odiva Oliveira Sene. Elas são irmãs de Maria Helena Pacheco e Oliveira, sócia da Empresa Nacional de Segurança junto com José Adir Loiola e Carlos Eduardo Brunello. Ao ligar para a Vanguarda, a secretária da empresa transferiu a ligação da reportagem para Loiola, que, na verdade, é sócio da Nacional. No dia seguinte, ao ligar para a Nacional perguntando por Maria Helena, o telefonema foi para a Vanguarda. A Nacional tem contratos de R$ 15,8 milhões com seis secretarias e três subprefeituras, enquanto a Vanguarda tem contratos de R$ 6,3 milhões com três secretarias e duas subprefeituras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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