O governo voltou a defender nesta segunda-feira que a base aliada controle a presidência e a relatoria da CPI da Petrobras, aberta há duas semanas mas que ainda não foi instalada. Para o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, o governo não deveria ceder um desses postos-chave para a oposição. "O modelo que eu vi no Senado nesses anos todos, principlamente no governo passado, é que a maioria sempre escolhe a presidência e a relatoria", disse Múcio a jornalistas após sair de reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes do PMDB e do PTB no Senado, Renan Calheiros e Gim Argello, respectivamente. Segundo Múcio, na reunião não se tratou de cargos na máquina pública ou da eleição de 2010. "A preocupação baseou-se evidentemente para que a CPI não crie problemas nem embaraços para os investimentos da Petrobras", comentou o ministro, lembrando que a empresa tem um papel importante na geração de empregos no país e responsável por 40 por cento dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Múcio negou também que o presidente e os senadores conversaram sobre os nomes que integrarão a comissão, e descartou uma atuação de senadores aliados que prejudique a companhia. "Como se trata da maior empresa do país que exerce um papel importante nesse momento, eu acho que o fogo amigo não vai chegar nem perto. Todos terão responsabilidade, inclusive a oposição", afirmou. Antes, Lula se reuniu com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra. Os dois executivos deixaram o Centro Cultural Banco do Brasil, sede provisória do governo, sem falar com a imprensa. (Por Fernando Exman)
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.